Li agora um artigo de opinião no Diário de Notícias:http://dn.sapo.pt/2008/11/15/opiniao/os_ovos_fafe.html
Um extracto:
As manifestações de ódio, por vezes infantil, dos professores contra a "sinistra ministra" influenciaram muito mais os alunos do que as aulas de educação cívica. A participação de menores nas lutas políticas dos adultos nada tem de inocente. Os menores são influenciáveis e voluntariosos, logo são manipuláveis. Os menores podem fazer aquilo que os adultos, por razões tácticas, não podem fazer. Por exemplo, atirar ovos ou fechar escolas a cadeado. Os mecanismos pelos quais a manipulação ocorre também são conhecidos. Os protestos dos alunos, que emergiram um pouco por todo o País esta semana, resultam da imitação do comportamento dos adultos, do incitamento implícito dado pelos professores e da manipulação intencional exercida pelas juventudes partidárias que infiltram as associações de estudantes.
Respondi-lhe de uma forma simples, assinando como sempre:
Exmo. senhor
Tem alguma prova que os professores tenham influenciado os alunos em Fafe?
Por que é que não pergunta se foram influenciados pelos pais ou por outra associações? Não seria mais natural serem influenciados por quem os educa desde pequenos?
Não poderá esta reacção ter a ver com o estatuto do aluno que obriga a avaliações sucessivas em todas as disciplinas ao fim de duas semanas de faltas?. Ou com aulas de substituição sem qualquer relação pedagógica? Ou com currículos que podem ir a mais de uma dúzia de disciplinas e mais de 30 horas semanais, fechados no mesmo espaço?
E, por acaso, tudo o que o senhor pensava quando tinha quinze ou dezassete anos era sempre por influência de alguém, nunca se responsabilizando pelo que fazia?
Sabe certamente que o que menos interessa aos professores, que querem uma avaliação justa e semelhante a outros países europeus, é que se misturem desacatos destes com outros problemas.
Com os melhores cumprimentos.
Os comentários dos jornais espelham um pouco o grau de cultura e a responsabilidade cívica de quem escreve e de quem lê. São confrangedores muitos destes comentaristas: escrevem sobre qualquer coisa, não se preocupando em informar-se primeiro. Espremendo-se, não sai sumo, só ideologia, só preconceitos.
Um jornal de expansão nacional deveria ter mais cuidado e não imitar alguns pasquins, cheios de páginas sobre qualquer coisa, porque o que dá lucro é a publicidade.
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