domingo, 26 de abril de 2009

Nuno Álvares

Estado liga “pouco” à canonização de S. Nuno.

Este é um título do Público de hoje, reproduzindo afirmações do Cardeal Patriarca.
Quanto a mim, o Cardeal Patriarca até nem é má pessoa, cortou com qualquer parecença com outros, como o Cerejeira que sempre militou pelo regresso à “Cidade de Deus”, a rural “cidade” do antes do iluminismo, das revoluções, quando os senhores e a Inquisição mandavam neste país que se distanciava do Norte da Europa. Este cardeal até é uma pessoa aberta, e é assim que deverá continuar, sem se meter demasiado onde não deve. Ou antes, dê as opiniões que quiser mas não exija que o Estado se submeta à Sacrossanta Igreja Católica Apostólica Romana nem vice-versa.

O Estado português está separado das religiões. O Estado não tem que se pronunciar sobre santos. Se houver problemas, dúvidas, isso pertence aos católicos que todos os anos vêem consagrados mais umas dezenas de santos, o que já não é um trabalho pequeno.

Quem não é católico não tem que criticar os critérios da Igreja Católica como se fosse um problema nacional, mas pode ter opinião. O que é que me interessa que a Igreja Católica tenha canonizado Monsenhor Balaguer, que ajudou Franco a dizimar comunistas, republicanos e afins ou suspeitos? O que é que me interessa que a Igreja Católica considere santa, Isabel a Católica, que cometeu um genocídio em relação aos muçulmanos e judeus peninsulares? São critérios de uma igreja como as outras.

Nuno Álvares Pereira foi uma figura importante da História de Portugal. Combateu contra os castelhanos e foi decisivo na independência de Portugal. Claro que houve muitos que o seguiram e ficaram nos campos dos Atoleiros e em Aljubarrota. Nuno Álvares, um dos mais de 30 filhos do Prior do Crato, soube lutar, mas também soube ganhar e ficou o maior senhor de Portugal com terras por todo o lado, do Alentejo a Trás-os-Montes, passando pelas Beiras. Foi a partir da sua fortuna ganha durante a crise ou revolução de 1383-85 que se construiu a Casa de Bragança, uma das maiores da Península Ibérica. Mandou construir, entre outros, o convento do Carmo, até para demonstrar que não era só D. João I que poderia celebrar a nova dinastia com o mosteiro da Batalha.
No final da vida dava sopa aos pobres, mas já tinha a barriga cheia. Enfim, também há quem não dê nada a minguem.
Evidentemente que isto não tem a ver (pelo menos da minha parte) com todo o aproveitamento que se fez da figura de Nuno Álvares, contra a República, com a "Cruzada Nun'Álvares" ou pelo Estado Novo com a mitificação de heróis e santos úteis à propaganda nacional.

Viva o Dão. E respeitem a santa.

Em Santa Comba Dão um presidente da câmara quis pôr-se em bicos de pés. Provavelmente o homem nem é salazarista, porque se o fosse, nunca aceitaria eleições, muito menos livres, com mulheres e opositores ateus a votar. Talvez apenas queira atrair turistas, porque para ser salazarista a sério, teria que montar um espectáculo diferente, com gente "pobrezinha mas honrada", melhor, humilhada, analfabeta de preferência, com uns pides e uns bufos disfarçados, uns pedintes agradecidos, uma ralé qualquer paga por umas sopas e uma caridadezinha, com senhoras a oferecer uns cigarritos aos soldados que morriam em defesa da pátria pluricontinental em Pangim, Nambuangongo, Madina do Boé ou então algum médico que receitava mais fome e “frigideira” aos presos do Tarrafal ou algum tenente a disparar contra ceifeiras em Baleizão ou algum agente especialista em ácido sulfúrico e cal sobre o corpo de Humberto Delgado ou ... tanto subdesenvolvimento e miséria.
Enfim, há quem aproveite o conde Drácula para fazer turismo, há quem ganhe ainda dinheiro com o Alves dos Reis e o Zézé Camarinha. Ninguém ainda se lembrou de dar o nome do Zé do Telhado a uma praça, mas esse mereceria muito mais, pois só roubava aos ricos para dar aos pobres, sem hipocrisias pelo caminho.
Assim temos um presidente eleito em democracia que quis pôr Santa Comba Dão no cano de esgoto no dia 25 de Abril. Ao menos, poderia ser católico e respeitar a Santa e o Dão.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

25 de Abril





No bar do Sebastião, Rua Serpa Pinto, antiga Rua de Alconxel, o 25 de Abril já se comemora com uma exposição de cartazes e jornais.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A civilização da terra.


Sevilha foi uma grande cidade na época almóhada, essa dinastia com que os nossos primeiros reis tiveram com que se defrontar e que reconquistaram o território a Sul do Tejo, deixando apenas Évora na mão de D. Sancho I.
Estes almóhadas eram berberes do Norte de África mas foi no Sul da Península que conheceram uma civilização mais refinada.
As construções são à base da terra. As muralhas são em taipa (zona da Macarena) e a torre do antigo minarete da mesquita maior transformada em catedral cristã é de tijolo. Era, apesar de tudo, uma arte mais sóbria que as anteriores ou posteriores, mas mesmo assim a preocupação com este rendilhado ressalta. Por dentro da torre, conhecida por Giralda, pois que tem um grande catavento que gira, na rampa interior podia andar-se a cavalo.

domingo, 19 de abril de 2009

A história da Carochinha e outras

A entrevista com Ana Paula Guimarães, professora da Universidade Nova é interessantissima.
Conta-nos a história da Carochinha que não só acaba mal para o João Ratão como para todo o mundo que se transforma num caos: a rainha a andar em fraldas pela cozinha e o rei a passar o cu pelas brasas...
Como o galo que ia ser comido e afinal venceu o mundo. Ou a mãe que amamenta e adormece o menino e manda recados a ...
O melhor é ouvir:
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1142860

Outeiro de S. Pedro. Portel






Outeiro de S. Pedro. Uma das melhores vistas sobre o Alto e Baixo Alentejo.
As alturas eram sagradas; os afloramentos de rochas também.
Lugar de romarias milenares.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Outra Espanha. Puerto de La Laja








Outra Espanha. Em silêncio, como no lado português.
O Puerto de la Laja, na margem esquerda do Guadian ligava as minas de Isabel ao rio. Vêem-se as portas por onde era descarregado o minério, através de mangas, para os cargueiros que em tempos de 2ª Guerra Mundial seguiam para a Alemanha. Fora da barra do Guadiana eram bombardeados por vezes por aviões ingleses. Mais a montante, da Mina de S. Domingos para o Pomarão e depois para Vila Real de S. António, seguia o minério para Inglaterra, esperado também por aviões alemães.
Conta-se que havia informadores portugueses e espanhóis que davam umas informações para um lado e outro, à custa de uns trocos.
A população antigamente era constituída em parte por portugueses; alguns fugiram para aqui para não ser mobilizados para França durante a Grande Guerra.
Há ainda quem conte histórias de contrabando, perseguições e fuzilamentos no tempo de Franco. Tudo era controlado: do lado português pela Guarda Fiscal, na margem espanhola pelos "carabineros" e mais as polícias políticas de ambos os países.
A margem direita é portuguesa, perto da foz do Vascão. As rochas têm nome, como tudo. Aqui vê-se um pouco da "Biblioteca".

Semana Santa em Sevilha

















Sevilha. La Macarena






A Macarena é o grande ícone de Sevilha, com muitas ramificações pela Andaluzia. Tem uma grande rival, a Esperanza de Triana, o bairro do outro lado do Guadalquivir, onde viviam os marinheiros. Por uma e outra se batiam sevilhanos e "trianeros". As fotografias em largos cartazes aparecem por todo o lado e não é raro serem expostas nas tabernas, lado a lado, a senhora "guapa" e um toureiro da "Maestranza", em pose dançarina a matar o touro.
Os andares que saem nas longas e demoradas procissões da Semana Santa, só não são maiores porque não caberiam na entrada das igrejas ou em apertadas ruas como a Sierpes, a grande rua comercial que serpenteia pela Sevilha histórica. Os andores são levados por dezenas de "costaleros" que depois de exaustos não perdem tempo senão para beber um copo e voltarem quando for preciso, metendo conversa com as "guapas" que se pintam e se enfeitam por todo o lado, como quase sempre, mas mais ainda na semana santa.
Em Sevilha, como em grande parte de Espanha, nada mais se faz durante esta semana, isto é pagam-se promessas, exibem-se os corpos e o esforço, canta-se, bebe-se, chora-se e ri-se quase ao mesmo tempo, no meio de uma algaraviada e alegria colectivas.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Casa Branca


Casa Branca, actual concelho de Sousel. Igreja matriz de meados do século XVIII.
Um pormenor: a República inseriu a sua assinatura, com um relógio, um símbolo do progresso.

A banda



A banda do Vimieiro é famosa na região.
Só quem arrogantemente despreza a população, como em tantos programas de televisão, é que pensa que as pessoas não gostam de música de qualidade.
Muita gente lutou pela música nestas terras.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Vimieiro










Vimieiro. Antiga vila e concelho, hoje integrada no concelho de Arraiolos.

Uma igreja matriz manuelino-mudéjar, antigos Paços do Concelho, com o relógio sineiro, hoje posto da GNR.