quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Foi assim e há-de ser.








Não há machado que corte

Livre (não há machado que corte)

Música: Manuel Freire
Letra: Carlos de Oliveira
Intérprete: Manuel Freire

Não há machado que corte
a raiz ao pensamento

não há morte para o vento
não há morte

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre

Em Évora também é assim

A Escola Secundária André de Gouveia já tomou posição.

Na Escola Secundária de Severim de Faria a maioria dos professores também assinou este texto:

MOÇÃO A FAVOR DA SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO

Exmoº Senhor Presidente do Conselho Pedagógico
da Escola Secundária de Severim de Faria,

Constatam os docentes deste estabelecimento de ensino que o Modelo de Avaliação proposto pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, a que todos estamos sujeitos durante este ano lectivo, prova ser um modelo, acima de tudo, inexequível, burocratizado e gerador não da qualidade que se deseja, mas de inevitáveis conflitos entre pares, não contribuindo para um melhor funcionamento da Escola, para a sua estabilidade ou para o sucesso dos alunos, mas sim para a sua descredibilização e degradação.
Este Modelo de Avaliação, penalizador para todos os seus intervenientes também não foi criado, a nosso ver, com o objectivo de melhorar as práticas docentes, mas para influenciar o resultado escolar dos alunos: o docente é directamente responsabilizado pelo sucesso ou insucesso dos alunos e da Escola quando, de facto, as avaliações são apenas propostas em Conselho de Turma, órgão que decide a avaliação final de cada aluno.
Outro dos objectivos deste Modelo é o de preencher ou esvaziar lugares, em cotas previamente estabelecidas, no que respeita a classificações mais elevadas, servindo interesses economicistas. O regime de quotas impõe uma manipulação dos resultados da avaliação, gerando nas escolas situações de injustiça e parcialidade, devido aos “acertos” impostos pela existência de percentagens máximas para atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom, estipuladas pelo Despacho n.º 20131/2008, e que reflectem claramente o objectivo economicista de um Modelo não formativo, mas classificativo e limitador da progressão na carreira. E como serão atribuídos os Muito Bons e Excelentes quando o Modelo não é equitativo e não tem em consideração as diferentes variantes e variáveis a que o docente está sujeito em cada ano lectivo? De acordo com a legislação sobre matéria de concursos que se prepara para ser implementada, os professores em situações futuras de concurso, poderão vir a ser prejudicados, visto que a referida legislação pretende adulterar a graduação profissional dos professores através da introdução desta nova variável, a classificação obtida na avaliação de desempenho.
Sendo um Modelo complexo, complicado e confuso que rouba cada vez mais tempo à preparação efectiva do trabalho lectivo, à reflexão necessária à ponderação de tantos aspectos que não são “contáveis” nem “contabilizáveis” na relação pedagógica com os alunos, são várias as questões que se nos colocam, que o tornam injusto e impraticável, não valorizando, mas penalizando, de facto, o trabalho dos docentes.
Não se questiona a necessidade da avaliação do desempenho e considera-se de grande importância que esta questão seja debatida, a nível nacional, por todos os seus intervenientes na busca de um Modelo justo e amplamente discutido e aceite pelos docentes.
Questiona-se, sim, que a avaliação de desempenho e a progressão na carreira dos docentes seja baseada em itens, como o abandono escolar (directamente ligado ao background sócio-económico e familiar do aluno), o sucesso alcançado (sem ter em consideração que cada aluno e turma têm as suas especificidades) e a avaliação final dos alunos (da responsabilidade do Conselho de turma e não do docente em si) .
Questiona-se, também, o tipo de avaliação preconizada, isto é, entre pares. Qualquer especialista em avaliação aponta, como princípio básico, que NUNCA a avaliação deve ser efectuada por pares, pois é geradora de conflitos e de mal-estar entre colegas, de uma carga maior de parcialidade, podendo criar desigualdades e injustiças entre avaliados:
- a maioria dos avaliadores não recebeu formação adequada para avaliar os seus pares, não tem qualquer experiência a esse nível, não vai ser avaliado, como previsto, por um inspector, existindo também a situação de vários avaliadores serem de grupos disciplinares diferentes dos avaliados, não ficando garantida a equidade e justiça necessárias a um processo de avaliação;
- a avaliação dos professores vai ser realizada por outros professores, parte pessoalmente interessada na avaliação dos seus colegas. Se existem quotas para as classificações mais elevadas, que garantia de isenção e justiça nos pode merecer a avaliação feita? As observações de aulas e apreciação de materiais apresentados não serão feitas com base na amizade/inimizade pessoal? Quantos “ajustes de contas” se realizarão ao abrigo deste modelo de avaliação?
Não esquecer que, fruto dos critérios estabelecidos no primeiro Concurso de Acesso a Professor Titular, a carreira foi dividida em dois patamares, a dos “professores titulares” e a dos “professores”, valorizando-se apenas a ocupação de cargos nos últimos sete anos, independentemente de qualquer avaliação da sua competência pedagógica, científica ou técnica e certificação da mesma. Ficaram de fora muitos professores com currículos altamente qualificados, com anos de trabalho dedicado ao serviço da educação e com investimento na sua formação pessoal, gerando nas escolas muitas injustiças. Criaram-se nas escolas situações incríveis como, por exemplo, alguns avaliadores possuírem formação científico-pedagógica e académica inferior à dos avaliados.
Questiona-se, ainda, a quantidade e variedade de reuniões, planos, relatórios, grelhas, dossiers, portefólios e todo um conjunto de documentos que burocratizam todo o processo e afastam os professores da função científico-pedagógica inerente à sua profissão, para além de lhes aumentar descontroladamente a carga horária que fica muito acima das trinta e cinco horas semanais de trabalho.
Questiona-se essa carga horária, não apenas no número de horas previsto para o trabalho individual, que é manifestamente insuficiente face à quantidade de tarefas que se exige, desde a planificação às estratégias, à elaboração e correcção de todo o tipo de testes, à reformulação do trabalho, mas também às horas previstas para os avaliadores planificarem, acompanharem, observarem, reflectirem, avaliarem (quarenta e cinco minutos por semana) e serem, ainda, coordenadores de Departamento, Directores de Turma, Membros da Comissão de Avaliação, participarem no Conselho Pedagógico ou noutras comissões, para além de serem, também, docentes das suas turmas, com todo o trabalho a isso inerente. E que dizer do facto da delegação de competências estar agora dependente da publicação do orçamento de estado…?

Estas e muitas outras questões, que estão subjacentes a este Modelo, levam a que os docentes desta Escola estejam solidários e concordantes num sentimento comum de desagrado e total discordância do mesmo, decidindo solicitar ao Conselho Pedagógico:

1 – uma tomada pública de posição contra o Modelo de Avaliação preconizado pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008;
2 – que exija ao Ministério da Educação a suspensão imediata de toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação preconizada por este modelo, enquanto todas as limitações, arbitrariedades, incoerências e injustiças que enfermam o referido modelo de avaliação não forem clarificadas e corrigidas por parte do ME, ainda que, no presente ano lectivo, o modelo se encontre, apenas, em regime de experimentação, por não lhe reconhecerem qualquer efeito positivo sobre a qualidade da educação e do desempenho profissional dos seus agentes;
3 – que se cumpra rigorosamente o horário de trabalho fixado por lei, respeitando também escrupulosamente, as suas diferentes componentes;
4 – a ampla divulgação desta Moção a favor da Suspensão da aplicação do Modelo de Avaliação.

Escola Secundária de Severim de Faria, 24 de Outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A falsa avaliação por pares

Diz a ministra da Educação que a avaliação dos professores é uma avaliação por pares.
Só é na aparência!

A partir do momento em que se dividiu artificialmente a carreira em duas, criando uma carreira de professores titulares e outra de professores, os que eram pares deixaram de o ser institucionalmente.

Para mais ninguém acredita nos fundamentos dessa divisão em duas carreiras. Não está legitimada face às funções de um professor, dada a arbitrariedade de se contar apenas com os cargos exercidos nos últimos sete anos.

Ainda por cima, com as quotas para a classificação de Muito Bom e Excelente, que permitem uma mais "rápida" progressão na carreira, exceptuando os que estão no último escalão que não ganham nada, fomenta-se a concorrência directa entre avaliadores e avaliados, pois apenas alguns na mesma escola podem ter as classificações mais altas.

E, como se pode falar em avaliação por pares, quando alguém de um grupo de recrutamento avalia outros de outro grupo? Referindo casos concretos (não estando em causa a pessoa), como é que um professor de Educação Tecnológica, com uma formação de base em Técnicas Agrícolas, avalia um professor de Matemática? Ou um professor de Economia que avalia professores de Filosofia? Ou um de Educação Física que avalia outro de Educação Visual?

Só na cabeça de alguns é que isto pode ser avaliação por pares.
Valerá a pena mudar o dicionário?
Não seria preferível mudar de governo? Ou, pelo menos, escolher alguém com bom senso?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Senhora de Aires. Viana do Alentejo




Imagens da Senhora de Aires.
A romaria é bastante antiga, ligada aos caminhos da transumância.
No tempo de D. João V reformou-se a igreja. É o barroco no seu esplendor.
No interior o baldaquino faz lembrar, em menor escala, o da catedral de S. Pedro, em Roma.


Sísifo e o absurdo

Sísifo de Ticiano

Sísifo foi condenado a empurrar uma pedra até ao cimo da montanha. Quando estava perto, a pedra rolava e ele tinha que voltar a fazer sempre o mesmo.

Segundo Camus o absurdo exige revolta.

domingo, 26 de outubro de 2008

Cresce o número de escolas a contestar este modelo de avaliação


Recebi uma lista de escolas que já aprovaram moções ou tomaram atitudes colectivas a contestar este modelo e este processo de avaliação. São elas:


Agrupamento de Escolas de Alvide (Cascais), Escola Secundária de Montemor-o-Novo, Escola Secundária D.Manuel Martins (Setúbal), Escola Secundária do Monte da Caparica, Agrupamento de Escolas de Maceira, Agrupamento de Escolas D. Carlos I,Escola Secundária/3 Raínha Santa Isabel, Estremoz, Agrupamento de Escolas José Maria dos Santos, Pinhal, Novo Escola Secundária/3 de Barcelinhos, Escola Secundária Augusto Gomes Matosinhos, Agrupamento de Escolas de Ovar, Escola de Eugénio de Castro (Coimbra), Escola Secundária D.João II (Setúbal), Professores de Chaves, Agrupamento de Ourique, Agrupamento de Escolas de Aradas (Aveiro), Escola Secundária Jaime Magalhães Lima (Aveiro), Agrupamento de Armação de Pêra, Escola Alice Gouveia (Coimbra), Escola Secundária da Amadora, Agrupamento Vertical Clara de Resende (Porto), Escola de Arraiolos, Escola Secundária Dr. Júlio Martins (Chaves), Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares, Agrupamento de Escolas de Vouzela, Agrupamento de Escolas do Forte da Casa, Escola Secundária Camilo Castelo Branco (Vila Real), Escola Secundária da Amora, Escola EB 2,3 Dr. Rui Grácio, Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão, Escola Manuel da Fonseca de Santiago do Cacém, Escola Martins de Freitas –Coimbra (pedido de suspensão deste modelo de avaliação), Processo de avaliação parado na Ferreira Dias (Cacém), Agrupamento de escolas de Oliveirinha.


E, ou me engano muito, a tendência vai ser para aumentar em progressão geométrica.

É tempo de a ministra pensar um pouco nisto.

Mas afinal o que é que queria? Queria provar que isto é um povo de gente submissa que aceita tudo?

Todo este afogamento em papéis e reuniões, perda de direitos, bloqueio de carreiras, tentativas de impôr o silêncio, desnorteamento, estava no programa de governo?


O que é querem?

Primeiro bloqueiam a carreira da maior parte. Depois põem as pessoas como Tântalo cheio de sede e fome, rodeado de água e frutos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A revolta do quotidiano

Há pouco decidi fazer outra coisa: Voltar a outro quotidiano e não andar sempre a pensar em papéis e no que os outros decidem:
Vou ler mais um capítulo do livro de Hannah Arendt: As origens do totalitarismo.

A literacia. "Para além da Branca de Neve"

Dia 23 de Outubro, em Évora:
II Seminário FORBEV – “PARA ALÉM DA BRANCA DE NEVE: Literacia(s) e aprendizagem na biblioteca escolar”
ver em http://www.evora.net/bpe/inicial5.htm

O tema é fundamental por duas razões essenciais:

- A primeira, e mais importante, é a necessidade de ler, de analisar, sintetizar, produzir novos textos, dar um passo mais além, espantar-se com as coisas que se lêem, mudar o rumo.

- A segunda, é que não basta ler "estórias"; há que interpretar o mundo, compreender os problemas das ciências, excitar a curiosidade sobre tudo.

Lá estaremos.


PS. Ainda há uma terceira, a longo prazo. Se o pessoal começar a ler, a reflectir ... há muito mais probabilidades de termos ministros, primeiros-ministros, deputados, empresários ... que sejam um pouco melhores do que esta gente que manda arrogantemente em nós.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A ilusão da Internet

Prefiro não ser optimista nem pessimista. Mas costumo fazer um exercício para ver as coisas de maneiras diferentes. Nisso, dou razão aos processos da Igreja Católica em relação à causa dos santos (a questão dos resultados não interessa agora). Inventou-se o advogado do diabo, aquele que aponta todos os pecados da pessoa antes da canonização esperada. É preciso tentar ver as coisas por outro ponto de vista.

A difusão, a discussão (menor do que parece) pela internet pode tornar-se uma ilusão. Recebo todos os dias mensagens sobre a situação dos professores, frequentemente repetidas. O que me parece é que se funciona muito em círculos quase fechados. Os que enviam são quase os mesmos que recebem. E, às tantas, funcionam com códigos menos acessíveis a outros.

Sente-se a ilusão que toda a gente está a ouvir.
Duvido!

Há que demonstrar a outros os factos, as razões, utilizar diferentes formas de levar as mensagens, mostrar que os problemas não são só deste grupo específico, mas que interessam a mais gente e que todos, ou quase todos, podem pagar as consequências do irracionalismo.

A internet é um meio, é mais um meio eficaz e fundamental nos nossos dias, mas necessita de ser alargada. Mas também há outros, chamados tradicionais. É preciso que funcione o diálogo, que o problema seja visto como necessário e urgente para todos ou quase.

E é, ou não fosse a educação um dos problemas fundamentais dos nossos dias. Não sou eu que o digo, não são só os discursos dos governos, são a OCDE, a ONU e, diga-se, quem acha que se deve resolver problemas para além da passividade e dos preconceitos.

Novo blogue da Biblioteca da Esc. Sec. Severim de Faria

Texto inicial do blogue http://fariaconversas.blogspot.com/

Finalmente começámos este blogue. Estamos em fase de experiência e queremos sugestões e, sobretudo, participação. Está aberto a todos os membros da comunidade escolar que queiram escrever textos sobre livros, filmes, música … Queremos uma biblioteca viva em que os leitores digam o que pensam sobre esta ou aquela história, sobre um teatro que viram ou de que fizeram parte, um texto seu que gostariam que fosse mais conhecido ou comentado, uma experiência científica que os tenha levado a pensar mudar as coisas, reflexões sobre o mundo ou esta cidade, factos que pensem dever ser divulgados.

O mais importante é construir. Por isso pedimos que escrevam com o vosso próprio estilo, mesmo que achem que outros escrevem melhor. Certamente serão mais apreciados assim, porque se exprimem com autenticidade e com o colorido próprio de cada um. Quem sabe o que poderá sair daqui, que novas vozes se farão ouvir nos próximos tempos?

As regras são mínimas, passam sobretudo pelo respeito pelos outros, pela forma de estar de cada um, no respeito pela diferença de opiniões, pelas normas de convivência em democracia.

Enviem os textos para bibliofaria@gmail.com e verão que após os vossos, outros mais hão-de vir.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Anedotas

Não sou muito dado a contar anedotas mas agora lembrei-me de uma antiga de um presidente do Brasil nos tempos da ditadura.

Dizia ele:
Quando eu cheguei a presidente, o Brasil estava a um passo do abismo. Mas comigo deu um passo em frente.

Goya. Saturno comendo os seus filhos.

Saturno, Cronos, devora os filhos.
É o tempo, mas após estes tempos outros tempos hão-de vir.

Entrevista com a ministra da Educação III

Vários professores referem-se à escola como parques de estacionamento. Muitos criticam as funções que hoje se lhes exigem e não são de natureza pedagógica...

Felizmente, temos muitos professores que reconhecem, aceitam, querem e consideram que estas são formas de valorizar a escola.

E muitos que se queixam das centenas de papéis que têm de preencher.

Os professores e a escola têm autonomia para avaliar os papéis e a carga burocrática. Quais são os papéis dispensáveis? Se a escola considerar que há papéis dispensáveis, os papéis que protegem o professor, que protegem o aluno, que protegem os pais, que adopte procedimentos mais simples.

Comentário: Tem razão. Afinal quem inventou o papel foram os chineses.
Novidade: Afinal os professores apoiam a ministra. A sua fonte de informação deve ser a mesma dos professores com 4 horas.

Entrevista com a ministra da Educação II

Conheço um adolescente de 14 anos, que estuda na Escola Secundária de Palmela. Tem 36 horas lectivas semanais: aulas de Ciências da Natureza, Físico-Química, Educação Física, Educação Visual, Francês, Inglês, Geografia e História, Língua Portuguesa, Matemática, Expressão Plástica, Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica e Introdução às Tecnologias de Informação e Comunicação. Tem aulas todos os dias das 8 às 18 horas, excepto durante duas manhãs. Acha normal que uma criança de 14 anos tenha este horário escolar?

E o que é que retirava?

Não sei. A senhora é que é a ministra da Educação.

Mas o que é que retirava? Retira o Inglês ou as línguas estrangeiras? A Matemática? O Português?

Para não iludirmos a pergunta, o que pretendo saber é se acha adequada esta carga horária para uma criança de 14 anos.

Mas qual é a alternativa? Quais são as práticas internacionais? É retirar? É encolher a escola? E o que é que resta aos alunos se se encolher a escola?

Comentário 1: Não resta nada. A ministra está cá para os salvar e a todos nós. Antes eram todos uns tristes.
Comentário2: O entrevistador que responda às perguntas e que arranje soluções.

Entrevista com a ministra da Educação

Porque é que há uma corrida dos professores à reforma ­ 700 só no próximo mês?

O aumento da idade de reforma e a alteração do estatuto de carreira do docente acarretaram, sobretudo para os professores em fim de carreira, uma mudança. Alguns iam à escola quatro horas por semana. Foi preciso dizer aos professores que as outras horas de trabalho, que o País paga, são precisas nas escolas, que os alunos precisam delas.Imagine um professor que ia oito horas à escola e que, de repente, passa a estar lá 25! Pessoas que acumulavam nos colégios privados, deixaram de poder acumular. Isto é dramático? Do ponto de vista do sistema, não é dramático. Hoje, o País tem milhares de jovens diplomados a querer entrar no sistema de ensino.

Entrevista da ministra da Educação à Visão
in http://aeiou.visao.pt/Actualidade/Portugal/Pages/EntrevistaaMinistradaEducacao.aspx


Comentário: Não há comentários.
A partir de hoje deixo de usar o termo senhora ministra para usar só ministra. Sempre entendi que senhora era alguém que se dava ao respeito, como se dizia antigamente.
O respeito que lhe tenho, por estas e outras graças, é o mesmo que tenho por Manuel Pinho, Mário Lino ou Santana Lopes ou por José Sousa.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eleições nos Açores

Já tenho aqui demonstrado que nada tenho a ver com a direita, mesmo que ela apareça travestida em partidos da Internacional Socialista.
Mas desta vez quero saudar o meu amigo Paulo Estêvão, eleito pelo PPM como deputado na Ilha do Corvo. É um homem de causas, persistente, capaz de sacrificar carreiras mais fáceis em nome de princípios éticos.
Não é fácil a alguém que vem de Serpa viver na ilha mais longínqua do país, frequentemente isolada pelas intempéries, e conquistar a confiança dos seus habitantes, contra o bipartidarismo instalado que leva normalmente a alianças espúrias. É trabalho de muito tempo, de conquista da das populações, com propostas concretas que revelam autenticidade e coerência de quem está disposto a dar o seu melhor pela Res Publica.

As siglas

Das inúmeras mensagens que tenho recebido sobre a avaliação dos professores, reparei nesta, pelo abuso de siglas que limitam a compreensão pois, na minha opinião, obrigam os incautos a recorrer a vários códigos, até decifrarem totalmente a mensagem ou então "ficam a ver navios". Quase que prefiro a linguagem dos telemóveis que tem a vantagem de se aproximar da oralidade.
Vejamos:

Adivinha-se o simplex para evitar o descalabro:
DGRHE cria equipas de apoio à avaliação. A ministra reunida com as equipas de apoio, no dia 17/10, admite simplificar o processoFoi na sexta-feira passada, dia 17/10. A ministra reuniu, em Lisboa, com duas dezenas de membros das recentemente criadas 'equipas de apoio à avaliação de desempenho'. São 22 professores, quase todos directores ou ex-directores de CFAEs, que integram as equipas de apoio criadas pela DGRHE com a função de darem formação aos PCEs e avaliadores e acompanharem os processos de avaliação de desempenho nos agrupamentos onde houver mais dificuldades ou o processo estiver paralisado. São uma espécie de 'INEM' ...

Na minha modesta opinião haveria que ter mais respeito pelo leitor (português, brasileiro, angolano ... estrangeiro que aprende português, leitores de vários níveis de língua etc.).

domingo, 19 de outubro de 2008

O Latim

O português é uma língua latina. Vários escritores e estudiosos ao longo dos séculos até escreveram que era a mais próxima do latim. O latim foi durante séculos a língua erudita europeia e muitos portugueses a usaram nos seus escritos. Évora, por exemplo teve latinistas consagrados, como André de Resende, até mulheres como Publia Hortensia de Castro e uma universidade em que também se escrevia em latim.
Considerou-se durante muito tempo que aprender latim melhorava a expressão no português e ainda hoje essa ideia não é contestada. Os alemães que têm uma língua germânica também acham que o latim é útil no ensino secundário. E há ainda muitos outros.

Hoje, em nome do curto prazo e do achar que está fora de moda, esquece-se a matriz da língua.
Mas na Finlândia, onde se fala uma língua que nada tem a ver com a herança latina escreve-se e ouve-se rádio em latim.

Dá para ouvir e ler notícia actuais em:
http://www.yleradio1.fi/nuntii/audi/

PS. A Finlândia é dos países com maior desenvolvimento social no mundo, com um sistema educativo dos melhores. Talvez por isso

A chuva e os topónimos

Ontem houve inundações em Sete Rios, Lisboa. Não é a primeira vez e outras virão. Encheram a zona de cimento e impermeabilizaram os solos. Depois a água ou corre por onde costumava ou inunda devido às barreiras artificiais que se foram fazendo em nome de um determinado progresso.
Por vezes, bastava reflectir sobre os topónimos antigos. Até à segunda metade do século XIX as pessoas davam nomes muito concretos às coisas e às ruas. Sete Rios, significa que é uma zona com muita água, com várias linhas de água. Os antigos sabiam disso, alguns no nosso tempo desprezaram.
Mas há muitas mais só em Lisboa: Arroios, são ribeiros (note-se também o plural), Areeiro, está associado a areias dos cursos de água, Alcântara, significa ponte e portanto uma passagem por cima de uma ribeira, que está encanada e rebenta de vez em quando.

As reuniões

Tenho algumas saudades de certas reuniões.

Daquelas reuniões de estudantes, as RGAs, no pós-25 de Abril, que para os que lá não estiveram ou só ouviram falar em terceira mão, foram uma balda ou uma inutilidade.
Há quem nem imagine a organização necessária. Com tanta gente em movimento, tantos projectos, tantas partidos e grupos, tantas discussões, tantas "bocas", era preciso ter regras claras de participação, medir o tempo útil. Nessas reuniões decidia-se tanta coisa!

Outra experiência muito interessante que tive foi na Assembleia Municipal de Arraiolos. A maior parte dos membros tinha a instrução mínima, eleitos ou presidentes das juntas de freguesia. Quando um falava, os outros ouviam sem interrupções. E havia opiniões diferentes, mesmo dentro do mesmo partido. Sabiam (sabem) falar e escutar sem mudar de assunto constantemente.

Hoje participo em reuniões em que há constantes interrupções e, sobretudo, mudanças de assunto que nada têm a ver com a ordem de trabalhos, repetições do que já foi dito, concentração em pormenores sem se discutir o essencial ... enfim, decisões que poderiam ser tomadas numa hora e que se arrastam por horas infinitas.

E já não falo daqueles que nunca lêem os documentos previamente e que depois intervêm constantemente aos bochechos, porque só os lêem aos bocados na hora, sem terem reflectido primeiro ou daqueles que só apresentam os documentos de muitas páginas na própria reunião, obrigando as pessoas a tomarem atenção aos que falam e a lerem apressadamente ao mesmo tempo essas propostas.

Um desgaste!
E quando uma pessoa diz que é preciso respeitar a ordem de trabalhos ainda é considerado como um chato, que certas pessoas têm que se fazer ouvir sempre, mesmo que nada acrescentem.

É difícil fazer perceber a alguns que os tempos que correm não dão para andar a perder tempo. Ou será que acham que os outros têm que ter um horário de 50 ou 60 horas, ou mais ainda?

O discurso anti-sindical

Há quem diga coisas destas: que os sindicatos são os maiores adversários; que não se deve ser sindicalizado; para quê pagar quotas para eles (será que se entendem por eles, uns indivíduos que nem são professores, que vivem à custa dos outros)? Admiram-se de haver gente sindicalizada e até parece que quem é sindicalizado anda fora da onda, ou até é está contra a corrente.

Há quem agradeça. Não só a ministra, mas quem foi a favor do novo código de trabalho, quem não quer parceiros para discutir problemas concretos, quem está a favor da desregulamentação total, dos contratos individuais sem negociação colectiva. Por que não havendo sindicatos, o que é que há? E o que é que existe de permanente, para o dia a dia?

Creio que em muitos casos este discurso resulta da emoção do momento. Compreendo-o, mas há que reflectir.
Mas o sindicato já deveria ter ouvido as pessoas. Já se deveria ter actuado. E o não actuar leva à descrença. Os motivos são demasiado fortes para algum silêncio que tem existido. Já quase ninguém aguenta um Setembro e um Outubro como estes.

Aborrece-me este discurso sobre os sindicatos, em geral. Para já não são todos iguais nem têm a mesma representatividade. No caso dos professores há a FENPROF e a FNE, que têm dezenas de milhares de sócios, e um sem número de organizações que de sindicato apenas têm o nome. Alguns até serviram para umas borlas, isto é para indivíduos terem dispensa de serviço a meio tempo ou a tempo inteiro, embora não representassem ninguém. Eram úteis para o poder porque assinavam como sindicatos, embora não tivessem qualquer poder real.

Esquecem-se alguns que a luta pela existência e até legalização de sindicatos é centenária e que muita gente pagou por isso. O campo de concentração do Tarrafal foi criado com sindicalistas da greve geral de 1934 e marinheiros que se revoltaram. Já antes outros tinham ido parar a Timor e outras colónias. Mesmo depois, muita gente foi despedida, perderam direitos, foram presos etc. Não se conseguiria uma manifestação de 100000 professores se não houvesse organização e lutas anteriores. Aliás, para quem tenha alguma experiência em relação a movimentos de massas sabe que é muito fácil infiltrarem-se movimentos provocatórios que levam à excitação, desorganização e intervenção da polícia. Quem viveu o período pós-25 de Abril sabe o cuidado que se tinha nessas manifestações porque facilmente a extrema-direita ou certa extrema-esquerda (o MRPP, muitos deles hoje no poder), poderia manipular grupos mais ou menos espontâneos .

Faço algumas perguntas legítimas (não me venham dizer que sou do contra e não as posso fazer): quem convocou uma manifestação para dia 15? Quem representa essa organização (quantos associados)? Como se transportam dezenas de milhares de pessoas? Como vai ser organizada a manifestação? O que se propõe?E que legitimidade têm alguns para acharem que ninguém deve ligar aos sindicatos? Discutiram o estatuto antes de ele ser aprovado? Fizeram greves e manifestações nessa altura? Foram àquelas manifestações com cinco mil professores, a outras com dez mil ou só foram à última? E depois o que fizeram?

Eu, por mim, tenho críticas a fazer em relação a sindicatos (a um, porque há outros que nada têm a ver comigo). Mas sou sindicalizado. É lá que tenho que estar. Parto do princípio que os sindicatos não são os outros: somos nós. E nós é que temos o direito e o dever de os fazer representar-nos. E estas coisas não podem ser por um só dia. Acabar com sindicatos é ficar sujeito a movumentos, embora bem intencionados, que vão e vêm.

Por isso vou a uma manifestação que tenha objectivos definidos. Que seja para vencer e não sair de lá pior ainda. E irei a outras.

O problema é o governo, não são os sindicatos.

Ps. Não estou aqui propriamente para ser simpático e acrescento ainda outras: por que é que alguns votaram no PS? Os militantes do PS não discutiram problemas de educação antes deste governo? Se são militantes e não concordam o que é que lá estão a fazer? Porque não derrubam esta gente?

E os daquele partido que agora tem uma dirigente que lhe dá para estar calada? Até nova demonstração, parece-me que não é porque não saiba falar, visto que até já foi ministra da Educação, mas porque concorda com o que este governo faz.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Delos. A ilha de Apolo




13 de Outubro em Fátima

in Página de Ilustração Portuguesa, 29 de outubro de 1917, mostrando as pessoas a observar o milagre. http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Milagre_do_Sol

Outro país reverenciando o Sol.
Eu prefiro Apolo.

Rodes. Lembranças de tempos em que as culturas coexistiam








Igrejas católicas da Ordem dos Hospitalários, mesquitas com minaretes, igrejas ortodoxas, casas de judeus, muçulmanos e cristãos.
Acima e mais antigo, Apolo, o deus do Sol e da Razão.
Era assim o Mediterrâneo.




Os preconceitos desta pretensa elite que manda

Os que mandam neste país quiseram resolver o deficit com contas de mercearia, salvo os homens das mercearias de esquina ou do largo que fazem um bem público. A questão que puseram foi a de cortar. Cortar em quê? Nos suspeitos do costume da ideologia liberal ou neo-liberal: saúde, educação, reformas … Não acuso só o governo, mas sobretudo, como também esta União Europeia que proclamava há pouco tempo “o menos estado” e que agora nacionaliza bancos que há pouco tempo tinham lucros exorbitantes, agora injectados com dinheiro dos contribuintes - os que pagam todos os deficits.

Mas, para além disso, essa autoproposta elite tem uma desconfiança em relação a quem ensina. Uns, porque acharam que os filhos das criadas não deveriam aprender mais nem ter um lugar superior ao filho do patrão; outros, porque desprezaram sempre os livros, a investigação, até a participação; outros ainda porque acham que são eles os detentores da cultura, o que é uma forma aparentemente sofisticada de reproduzir a ideia que os filhos das criadas não podem pensar e agir. Alguns pensaram até que eram mais modernos que os outros e sentiram-se no direito de achar que todos os outros são estúpidos. Conluiaram-se nesse desprezo e nessa tentação autoritária que tem raízes longas neste país e vá de “bota abaixo em relação aos professores.

Não quiseram avaliar a situação. Eles sabem mais, sabem tudo e vá de resolver tudo drasticamente. Ouviram falar que o professor do filho de um vizinho faltava muito, conhecem uma antiga colega de faculdade que tinha menos horas, deram aulas um ano e faltavam muito, pensando que todos eram também assim oportunistas, foram um dia a uma reunião de pais e o professor não resolveu uma qualquer situação, leram apressadamente umas estatísticas desactualizadas e está feita a opinião.

Nunca terão pensado que um professor precisa de ler, que precisa também de tempo para preparar aulas diferentes que ponham os alunos a pensar e a investigar um pouco. Não quiseram saber de quem estava na profissão a fazer de conta. Quiseram obrigar todos a serem investigados até ao pormenor, quiseram controlar tudo.

Estão a secar a fonte.
Querem secar a fonte!

O que se passa actualmente nas escolas é kafkiano, um arremedo de surrealismo ( que era uma arte libertária), um desgaste e uma inutilidade permanente. Para quê?

É preciso avaliar ou antes culpabilizar, intimidar quotidianamente, a partir de modelos pré-formatados? Coscuvilhar tudo? Em que é que isto melhora?

Querem comparar-nos com outros estados da União Europeia? Pois bem, nada se passa assim, nem por sombras, e também têm os seus defeitos. Talvez porque não tiveram esses hábitos de uma Inquisição de 300 anos, esses hábitos pidescos de 48 anos, essa tentação de mandar até à intimidade.

Eu não quero mudar de país. O que gostaria é que essa gentinha que manda fosse fazer um estágio a qualquer lado (mesmo que nós pagássemos, o que já estamos habituados) e começasse, o que não é fácil para eles, a pensar um pouco racionalmente.

Estes são os herdeiros daqueles que nos deixaram a miséria social e intelectual salazarista. Mesmo travestidos de modernos e eficazes (?) e com viagens às Caraíbas, ao Quénia e a outras partes, onde os empregados lhes servem as bebidas e os pobres que cheiram mal ficam higienicamente fora de vistas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O sentido de oportunidade


Imagens do museu de Faro
Quando estava em discussão formal o novo estatuto dos professores havia muita gente que tinha mais que fazer. Estava preto no branco que iriam existir duas carreiras e a maior parte ficaria impedido de chegar ao topo. Outros muitos direitos foram perdidos.
As primeiras greves contra o estatuto tiveram uma adesão relativa. Fizeram-se manifestações, primeiro com 5000, depois 10000. Só depois de o caldo estar totalmente entornado vieram 100000, recorde único na Europa. Depois muitos contentaram-se com um memorando de acordo.
Agora, os professores não sabem o que fazer à vida. Reuniões atrás de reuniões, reuniões sem sentido e sem controle do tempo.
Afinal há quem goste de fazer grelhas. Há quem goste de reuniões de 5 horas e mais outras tantas para não decidir quase nada. Há quem goste de convocar reuniões de protesto e desconvocá-las à última hora sem explicações.
Será que não dá para ver que já quase ninguém aguenta este ambiente e que é hora de agir em conjunto, depois de tanto tempo perdido?
Ou de lamuriar?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Reuniões em escolas

Amanhã vai realizar-se uma reunião geral na Escola Secundária Severim de Faria para discutir os problemas de avaliação de professores. Como outras noutras escolas e em muitas que hão-de vir.

Os professores não sabem para onde se virar. Reuniões e mais reuniões, preenchimento de múltiplos documentos, pressões enormes para acabar com o insucesso educativo de forma administrativa, desorientação geral sobre critérios, com demissão e pressão do ministério, modelos unidimensionais, castração da criatividade em relação ao essencial, submissão ao autoritarismo desnorteado...

Irresponsabilidade de um governo que está seriamente a comprometer o futuro da educação, a corromper o seu próprio programa e ideologia (qual será?).

A independência do Kosovo

Não é um precedente mas é grave.
Na mitologia sérvia o Kosovo é o berço da nação. As limpezas étnicas são antigas: existiram com a Grande Guerra e a 2ª Guerra Mundial. Tito, em nome da união jugoslava preferiu que os sérvios expulsos não regressassem.
Recentemente o problema enquadra-se na desintegração da Jugoslávia, imediatamente apoiada por alguns países europeus, entre os quais a Alemanha que assim vai reconstituindo o seu domínio, agora económico.
Há uns anos fomos bombardeados pelas valas comuns de milhões de kosovares. Nem o Kosovo tem tantos milhões de habitantes nem apareceram essas supostas provas. Bombardearam-nos a seguir que também com os judeus tinha acontecido o mesmo na Alemanha nazi. Como se fosse tudo o mesmo, como se o facto de outros não terem acreditado perante evidências, justificasse a obrigação de acreditarmos no que as agências hoje dizem.
O facto é que houve limpezas étnicas e transferências de populações. Hoje há muito menos sérvios do que havia e tem havido colonizações de albaneses vindos da Albânia. Tolerou-se e promoveu-se a actuação de um partido nacionalista e fascista como o UÇK. Diz-se que a Albânia é hoje um estado falhado dominado por máfias. O Kosovo é terreno ainda mais propício.
É isto que Portugal reconhece agora também. Contra as decisões das Nações Unidas reconhece-se um estado que só sobrevive com ajudas prontamente arrecadadas por grupos onde só chega a lei do mais forte, com exclusão das “raças” dos outros.
Vamos também reconhecer a Irlanda do Norte, o País Basco, a Córsega, Chipre Turco, etc. etc.?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Anda qualquer coisa no ar que vai descer à terra.

Pensa o senhor primeiro-ministro e a senhora ministra da Educação que tudo está resolvido nas escolas?
O ministério da Educação continua a meter os pés pelas mãos em relação à avaliação dos professores. Os prazos mudam quando calha, as exigências são cada vez maiores, as tarefas inúmeras.

Trataram e continuam a tratar os professores como serviçais e como incapazes de ler e reflectir, coisas inerentes à profissão. Conseguiram fazer com que a maioria verificasse que tem a carreira bloqueada durante muitos anos e que ninguém ganhasse com este novo estatuto. Aumentaram os horários de trabalho a todos, as burocracias inúteis. Promovem-se agora os que inventam grelhas exaustivas, os portefólios de imensas páginas e separadores, em que os professores têm que estar sempre disponíveis e a dizer Amém, em qualquer dia do ano, seja aos domingos e dias santos, seja de manhã ou à noite, porque as reuniões, as planificações, os planos, os planos que hão-de vir, os planos para recuperação dos alunos faltosos, as avaliações extraordinárias e contínuas para estes, o ter que provar tudo, o instilar da culpa pelo abandono e pelos resultados, o mostrar tudo a todos os que vão detractando toda a a actividade docente, o ter que andar a provar tudo o que se faz, o fazer objectivos individuais cada um à sua maneira, a incongruência das medidas ...

Há que preparar aulas e dar aulas, não é? E há que dormir de vez em quando. Não se pode condenar uma classe inteira a tomar xanax até à habituação.

Acho que isto vai rebentar outra vez. E quando se começa um processo, em que quem está encurralado não tem outra saída senão revoltar-se, nunca se sabe onde isto vai acabar.