sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Centenas de moções aprovadas

Na Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora, foi assim:
(extractos)
[...}

O abaixo‑assinado veio confirmar a existência, de facto, desse sentimento comum à larga maioria do corpo docente da Escola, expresso através das 128 assinaturas num universo de 148 professores.
Assim, perante uma tal constatação, o Conselho Pedagógico da Escola Secundária Gabriel Pereira considera da máxima importância, até mesmo urgência, a suspensão do actual modelo de avaliação do pessoal docente, questionando aquilo que a seguir sucintamente se aponta:
1. Os critérios que orientaram o concurso de acesso a professor titular criaram, na realidade, situações diversas de injustiça na diferenciação entre professor titular e professor.
2. A dimensão burocrática do actual modelo de avaliação que tende a transformar a escola numa espécie de empresa gerida por objectivos, onde a quantidade (de carácter estatístico) prevalece sobre a qualidade.
3. A integração, neste modelo de avaliação, de itens como o (in)sucesso dos alunos e o abandono escolar, indicadores que ultrapassam a área na qual se inscreve a actividade pedagógica propriamente dita, responsabilizando desadequada e injustamente os professores.
4. O facto de se estar perante um modelo que não é igualitário e tem em conta os resultados obtidos na avaliação externa quando nem todos os docentes leccionam disciplinas sujeitas a exames nacionais.
5. A não previsão do tempo verdadeiramente necessário, a integrar no horário efectivo dos docentes, para o cumprimento de tarefas impostas pelo actual modelo de avaliação, quer no que diz respeito ao docente avaliador quer no que diz respeito ao docente avaliado.
6. O desequilíbrio entre a avaliação dos coordenadores (que também são docentes) feita, este ano lectivo, exclusivamente pelo Conselho Executivo, e a avaliação dos outros docentes avaliadores ou não.
7. O descrédito e desvalorização da componente científica da didáctica específica de cada disciplina implícitos na avaliação realizada por docentes não pertencentes ao mesmo grupo disciplinar.
8. Possibilidade de conflito de interesses dado que a quota atribuída para as menções de Excelente e Muito Bom tem reflexos na atribuição de pontos, no posicionamento dos docentes no grupo disciplinar e no acesso ao topo da carreira.
9. A falta de qualidade e credibilidade das Acções de Formação promovidas pelo Ministério da Educação na área de «Avaliação de Desempenho dos Docentes».

[...]
Este novo modelo de avaliação revela-se, pelo contrário, desintegrador, redutor, gerador de conflitos, desmotivador e desumanizante. A implementação de um novo modelo de avaliação deverá passar por uma primeira etapa de experimentação, francamente aberta a ajustamentos e alterações num processo que deverá revelar‑se dinâmico e construtivo na valorização profissional dos docentes.

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