tag:blogger.com,1999:blog-17613933301825006742024-02-22T15:31:55.382+00:00Rua de AlconxelAs ruas são espaços públicos, por onde passam ricos e pobres, novos e velhos e outros em boa idade, homens e mulheres, de cabelos curtos ou compridos, saia, calças, capote, lenços árabes, se assim aprouver ao dono. Uns passam, outros ficam, andam devagar ou mais depressa mas dão passagem aos que querem seguir. As ruas podem ser tortas, até tortuosas mas são como as linhas rectas que não têm princípio nem fim.João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.comBlogger710125tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-60105397998090846742016-05-08T17:41:00.003+01:002016-05-08T17:41:26.433+01:00Os tempos livres e os projetos das escolas<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Nesta discussão deslocada (digo deslocada porque o que está em questão é o financiamento de privados com dinheiros públicos ao mesmo tempo que o estado desperdiça e não financia recursos pagos por todos) usa-se por vezes o argumento de que os pais trabalham e nas escolas públicas não há atividades para além das aulas, enquanto os progenitores estão ocupados.</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Só em parte é verdade. Muitas escolas públicas também o fazem, e fazem mais que alguns privados que praticam a censura </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">(nem todos e há que distinguir cooperativas a sério de empresas lucrativas), mas não fazem mais porque não as deixam fazer, isto é, porque o estado desvia verbas para os privados e para outros destinos e porque continua a centralizar tudo.<br />Se o Estado prescindir da prisão e teia burocrática, mesmo com menos recursos financeiros, as escolas, com autonomia a sério, com projetos próprios, diferenciados, poderão fazer muito mais, sem estarem sujeitas à inculcação de ideologias religiosas conservadoras (não confundir com religiões) ou reprodução e incremento de práticas sociais discriminatórias, inconcebíveis num estado onde todos têm direitos.</span>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-15790060399878727842016-05-08T17:08:00.002+01:002016-05-08T17:08:49.704+01:00O presidente Sousa e o Acordo Ortográfico.<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A
visita do presidente da República a Moçambique correu bem, até foi alegre e
meteu dança. Nada de mal ou até tudo bem, até para esquecer a má disposição
crónica do anterior presidente sectário. Mas o presidente Sousa confundiu
algumas posições pessoais e o hábito de comentar tudo com a função de
presidente que representa a República Portuguesa e os seus compromissos a
propósito do Acordo Ortográfico. Apelou até, numa linguagem dúbia, para que
Moçambique e Angola não ratificassem o Acordo Ortográfico, que já aprovaram há
longos anos, mas ainda não ratificaram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Os
problemas destes países têm sido, antes de mais os custos e as prioridades, e
não qualquer posição purista ou de natureza linguística. Os problemas que têm,
desde as guerras passadas e ameaças de recrudescimento, às questões de
desenvolvimento, desigualdade, instabilidade, corrupção … são preocupações
muito mais importantes do que a normalização de uma escrita de uma língua que
muitos ainda não podem usufruir. Sim, e uma das prioridades seria o combate ao
analfabetismo e o uso da língua, como fatores de unificação nacional e
pressuposto para o desenvolvimento. E também é isso que eles dizem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Parece
estranho mandar recados em discursos oficiais, para cá, em países que são
independentes. Suponho que não foi essa a intenção mas não se pode cair no
risco de confundir um estado que tem uma dinâmica própria, e é independente,
com as emoções de quem lá foi de férias quando era jovem e o pai administrava a
colónia. Mas mais ainda, não se pode cair também na tentação de, através do “porreirismo”
paternalista, abdicar da posição da chefia e representação do estado português,
que fez, como outros em pé de igualdade, acordos internacionais e simular que
se mete uma cunha a outro estado para ajudar a polémica em Portugal e tentar
reverter o que foi acordado com diferentes estados, sem que alguém lhe tivesse
dado mandato para isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Continua-se
a discutir o Acordo Ortográfico de uma língua que é comum a vários estados e
que não é propriedade exclusiva de nenhum, mas património comum. Continua-se
deliberadamente a confundir fala com escrita, como se por magia, todas as
centenas formas de falar o português se unificassem ou se pervertessem por um
acordo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Mas
a discussão já começou há muito tempo, e é pena que muitos só tivesse começado
a discutir dezenas de anos depois do acordado e ratificado por vários países.
Recordem-se algumas datas para além de outras:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;">1990</span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">- Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assinado a 16 de dezembro;</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br />
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="text-align: start;">1996</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white;">- Ratificação do Acordo Ortográfico de 1990 por
Portugal, Brasil e Cabo Verde</span><span class="apple-converted-space"> </span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="text-align: start;">2004</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white;">- Celebração do Segundo Protocolo Modificativo do
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que autoriza a adesão de Timor-Leste e
prevê que basta a ratificação por apenas três países para que o Acordo
Ortográfico de 1990 entre em vigor</span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="text-align: start;">2006</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white;">- Ratificação do documento oficial por Brasil, Cabo
Verde e São Tomé e Príncipe</span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="text-align: start;">2009</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white;">- Entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 a 13
de maio</span></span><br style="text-align: start;" />
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="text-align: start;">2010</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white;">- Guiné-Bissau ratifica o Acordo Ortográfico, faltando
apenas a ratificação de Angola e Moçambique<o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;">2011</span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">- Novo Acordo
Ortográfico é introduzido no sistema educativo português no ano letivo de<span class="apple-converted-space"> </span></span>2011-2012<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-weight: bold;">2012</span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">- Desde o dia 1 janeiro, órgãos, serviços, organismos e
entidades governamentais, bem como as publicações oficiais, passam a ter a sua
grafia adaptada</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Estamos em 2016!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quem quer reverter tudo, mesmo sem falar e acordar com os que
representam outras centenas de milhões que usam a língua portuguesa que também
é deles? Querem que todos os que usaram, por obrigação também, voltem a usar a
grafia dos anos quarenta (ou a anterior a 1911)? Querem que as crianças e
adolescentes “voltem” a escrever de uma forma que nunca usaram?<o:p></o:p></span></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-24038210530973443062016-05-01T11:37:00.002+01:002016-05-01T11:38:42.253+01:00Moção sobre o 25 de Abril e 1º de Maio aprovada na Assembleia Municipal de Évora<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">Foi aprovada por unanimidade,na Assembleia Municipal de Évora, a 29 de Abril, esta moção que propus em nome da CDU, sobre o 25 de Abril e 1º de Maio:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Moção sobre
o 25 de Abril e 1º de Maio<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“A Revolução do 25 de Abril restituiu aos Portugueses os
direitos e liberdades fundamentais (Prólogo da Constituição de 1976)”. O
Movimento das Forças Armadas, liderado pelos capitães, com o apoio e
participação coletiva do povo português permitiu que se começassem a cumprir as
palavras proferidas por Almeida Garrett na revolução de 1820:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Já
temos uma Pátria, que nos havia roubado o despotismo: a timidez [,] a covardia,
e a ignorância, que o tinham criado, que me prostravam com vil idolatria ante
as obras das suas mãos, acabaram. A última hora da tirania soou; o fanatismo,
que ocupava a face da terra, desapareceu; o sol da liberdade brilhou no nosso
horizonte, e as derradeiras trevas do despotismo foram, dissipadas por seus
raios, sepultar-se no inferno.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">O movimento revolucionário de 25
de Abril de 1974, tomou nas mãos a regeneração de Portugal de forma corajosa
mas pacífica, deu a voz aos portugueses, desmantelando uma ditadura de longos
48 anos que comprometia o futuro de um país, que enviava em massa os jovens
para guerras coloniais que oprimiam também o desejo de liberdade de outros
povos, que expulsava da sua terra os camponeses, pela emigração, umas vezes
legal, tantas vezes clandestina, proibia as liberdades, denegava os direitos,
prendia e torturava os que erguiam a cabeça, impunha uma censura férrea,
antidemocrática, moralista e ultramontana, oprimia e rebaixava as mulheres,
usava a economia arcaica ao serviço de elites monopolistas que mal deixavam
sobreviver os que trabalhavam com salários miseráveis, mantinha uma parte
substancial da população no analfabetismo e na injustiça social, negava o
acesso à cultura e modernidade num clima de suspeição e medo, num estado
centralista e totalitário.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">Foi também o 25 de Abril um
acontecimento internacional que acordou as esperanças de muita gente pelo mundo
fora, que permitiu a independência das ex-colónias, que iniciou a “terceira vaga”
da democracia que haveria de transformar tantas nações.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">Foi possível romper com o
fatalismo, mesmo num conjuntura económica difícil e, apesar das pressões
externas, manter a soberania nacional e melhorar as condições de vida do povo
português.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“O dia inicial
inteiro e limpo/ onde emergimos da noite e do silêncio</span></i><span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">” (Sofia Andresen),<i> “as
portas que abril abriu”(</i>Ary dos Santos<i>)</i>,
tornaram possível também a transformação do aparelho de estado, a dignificação
do estado de direito, eleições livres, não apenas para a eleição de deputados
nacionais e presidente da República, mas também para as autarquias locais, a
elaboração de uma </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Constituição que este ano fez 40 anos,
onde estão consagrados os direitos cívicos e políticos democráticos mas também
os direitos sociais e culturais, “<span style="background: white;">tendo em vista
a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno” (Prólogo da
Constituição)</span>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tudo
isto foi possível também, pela longa resistência e persistência de muitos
portugueses e portuguesas, “mesmo na noite mais triste, em tempo de servidão”
(Manuel Alegre), lutas que atingiam uma das maiores expressões no dia 1º de
Maio, proibido pela ditadura, dia também de intervenções repressivas, mas em
que, apesar das prisões políticas, havia sempre quem cantasse: “vá camarada
mais um passo/ já uma estrela se levanta/ cada fio de vontade são dois braços/
e cada braço uma alavanca” (Hino de Caxias).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tal
como escrevia com entusiasmo Almeida Garrett, tornou-se possível a liberdade, e
continuará, se lutarmos por essas conquistas<span style="background: white;">:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Escravos
ontem, hoje livres; ontem autómatos da tirania, hoje homens; ontem miseráveis
colonos, hoje cidadãos; qual seria o vil (não digo bem), qual seria o infeliz
que não louve, que não bendiga o braço heróico que nos quebrou os ferros, os
lábios denodados que ousaram primeiro entoar o doce nome Liberdade?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">Assim, a Assembleia Municipal de
Évora, em 29-04-2016, reunida no Salão Nobre dos Paços do Concelho, uma das
casas da democracia:<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">- Saúda todos os que participaram
na construção do regime democrático no espírito da revolução de 25 de Abril;<o:p></o:p></span></em></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<em><span style="background: white; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-style: italic;">- Apela à participação dos
cidadãos nas lutas pela justiça social e direitos inalienáveis dos
trabalhadores, no dia 1º de Maio.<o:p></o:p></span></em></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-41832790928624375652016-04-27T18:53:00.002+01:002016-05-01T17:17:34.965+01:00Um (meu) 25 de Abril<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Invocação<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
que me faz escrever este texto, não são as musas, que adormeceram há muito
nas obras clássicas, mas sempre renovadas, mas o povo de cidadãos que vi
novamente na manifestação do 25 de Abril este ano, em Lisboa, com sentimentos
de alegria, vontade de participar, um espírito unitário, jorros de futuros
contra a desesperança e o medo dos anos tristes de há pouco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Um
25 de Abril entre outros, mas também de vontade de mudar contra os medos
antigos e interiorizados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Tinha
16 anos, quase 17, e estava no então oficialmente chamado Liceu Nacional de
Évora, no sétimo ano de Letras. O meu pai tinha recentemente mudado para
Arraiolos, perto de Évora, para que eu e a minha irmã tivéssemos mais
facilmente acesso aos estudos. Também a minha mãe recomeçou a estudar, nada fácil na época, mas sempre com apoio do meu pai.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No
ano letivo anterior estava na antiga Secção Liceal do Liceu de Évora em
Estremoz. Morava em Sousel e ia e vinha de camioneta ou à boleia, às vezes de
comboio numa linha que passava pela serra, cheira de medronheiros e mato
variado. Aprendi muito nesse ano, apesar de tudo Estremoz era um meio um pouco
mais aberto, cheio de contradições também. Porque Sousel era uma terra pacata,
onde parece que não acontecia nada, dominada por senhoritos, pela coscuvilhice
de janelas onde não se vê ninguém, mas em que as notícias sobre a forma de
estar de cada um se espalham depressa, com marcas permanentes para as mulheres,
as jovens que não podiam sair de casa, os rapazes repreendidos por qualquer um,
por usarem cabelos um pouco compridos ou ouvirem certas músicas, um padre
detentor da moral oficial, a separação dos géneros, as classes e até as castas
que ainda existiam, o espaço público privatizado por uma sociedade
hierarquizada. O que valia era que os rapazes ainda podiam andar pelos campos e
ribeiras, com algumas censuras toleradas, mas alguma liberdade de movimentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">E,
em Évora, já atento às novidades, que ainda se diziam baixinho, com receio de
algum pide, informador (havia tantos, voluntários ou à espera de subir na vida
com migalhas) fui começando a ler “A República”, o “Diário de Lisboa” e a “Seara
Nova” (confesso que uma vez li um artigo de Sottomayor Cardia sobre o Estado
que li e reli sem perceber nada e que só anos mais tarde compreendi qualquer
coisa).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vi
também em Évora colegas, raparigas, com quem se podia falar melhor, já sem
aquelas atitudes desconfiadas, retraídas, até agressivas numa linguagem codificada,
aparentemente distanciada, algumas simplesmente porque não conheciam a família
daquele que agora aparecia também timidamente, outras porque não sabiam estar
na ausência de controle. Vestiam bata branca obrigatória, eram preparadas quer
quisessem ou não para um futuro determinado pelos pais guardiões e mais ainda
as mães que já tinham sofrido outras prepotências, as tias, as vizinhas, os
padres, até as criadas de algumas. Mas havia quem fosse diferente e outras
apareceram diferentes tempos depois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não
sei bem como, mas consegui convencer os meus pais a ficar numa casa em Évora,
onde estavam outros rapazes, também estudantes. E, nessa época, havia estudantes,
poucos ainda, comparado com os tempos atuais, que vinham de variadas partes do
Alentejo, Arraiolos (eu), Montemor-o-Novo, Portel, Alvito, Amareleja, Avis …. Nessa
casa entrávamos pela Rua dos Touros, as meninas pela Rua do Raimundo (a mesma
casa), almoços e jantares à parte, casa de banho em comum, a horas militarmente
diferenciadas. Dos que lá estávamos, eu e outro amigo, ainda tínhamos alguma
liberdade de sair um pouco, os outros não, exceto dois mais velhos que andavam
no Instituto Universitário (dos Jesuítas), mas elas não, horários bem
controlados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por
vezes, às escondidas ouvíamos a BBC, num rádio que eu tinha comprado com um
dinheiro que o meu pai me tinha dado, um salário à peça, por passar avisos
postais para aquelas pessoas que não pagavam a água nos prazos devidos (o meu
pai era tesoureiro da Fazenda Pública, da Câmara e da Caixa Geral de Depósitos,
mistura e concentração essas que mostram um pouco o que eram essas instituições
ou o serviço público na época). Apesar das senhoras da casa me terem levado o
fio elétrico, não por causa das notícias, mas porque gastaria muito (?!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por
coincidência única, no dia 25 de Abril, o pai de um de nós veio a Évora de
automóvel e levou-nos ao Liceu de carro. Sobretudo um dos nossos amigos ia
ufano por ir de carro, pois que na época todos chegavam a pé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Começou
a sentir-se o alvoroço. Notícias várias, contraditórias. Havia quem houvesse
escutado na rádio que todos deveríamos ir para casa. Não se sabia se o golpe
militar era para mudar para melhor ou se seria dos ultras (havia o exemplo do
Chile no ano anterior e um tal Kaúlza que se inspirava na Rodésia branca).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Começam
a chegar jornais que alguém comprava, aqueles grandes, como o Século ou o
Diário de Notícias, edições diferentes nesse dia, com fotografias e
comunicados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Entretanto,
tocava a sineta para as aulas. Tocava no Claustro, movida pela mão do senhor
Francisco, chefe dos contínuos desde longos tempos, sempre simpático com os
alunos, respeitoso, encarregado de educação de tantos, cujos pais não vinham
facilmente à cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Na
aula de História começámos a falar mais abertamente. Já antes tínhamos
percebido que o professor era diferente, já havia conversas anteriores fora das
aulas, e algumas, talvez metáforas, ironias, sobre a situação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ainda
fui à aula de Latim. O professor era muito conservador, fora em tempos
seminarista, rígido e metódico de tal maneira que quando havia dúvidas sobre os
sumários, pedíamos o caderno de um aluno de anos anteriores, ninguém entrava
depois de ele entrar (qual segundo toque!), nem a aula era interrompida (cinco
vezes por semana, incluindo sábado) porque ele dizia que “a aula é sagrada”!
Fiquei aparvalhado quando ele disse que o regime tinha que mudar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quanto
ao professor de Filosofia apenas o vimos quase de relance, assustado,
desesperado. Quase tive pena dele, porque o senhor não andava bem e deve ter incarnado
os males do regime, embora pense que nada tinha a ver com ele. Na época, eu até
gostava de Filosofia, mas como aí não se aprendia nada, debitava umas coisas que
estavam no manual. Havia, excecionalmente para o regime, dois manuais, do Bonifácio
(aqui adotado) e do Saraiva (havia outro, do Magalhães Vilhena mas esse era
clandestino e eu nem conhecia na época). Eu, como já não tinha paciência para
decorar, só por isso, quando ele me perguntava qualquer coisa, respondia à
minha maneira e ele inquiria-me sobre o manual que teria lido. Respondia que
tinha visto no Saraiva e ele aceitava a resposta, talvez porque não lhe
passasse pela cabeça que os alunos lessem outras coisas ou que tivessem
interrogações! A professora de Português disse nada!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Iam
chegando mais jornais, discutia-se, já ninguém ligava às aulas, os horários
ficaram esquecidos, as colegas começara a tirar as batas e, nesse, e noutros
dias, comecei a reparar que havia uma maior diversidade feminina do que
presumia, até porque os recreios, antes separados, começaram a ser uma mistura
de diálogos, alegria, vida e esperanças, e muito desassossego, sem saber o que
vinha por aí, nesse tal Portugal até aí pluricontinental.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ao
almoço, creio que a comer uma sopa de beldroegas, recebi um telefonema, também
coisa única (porque quase não havia telefones e era caro), da minha mãe.
Preocupada comigo, mas ao mesmo tempo feliz, porque o meu primo Zé, que estava
exilado em França (e do qual não se podia falar quase nada), talvez pudesse
voltar e a guerra talvez acabasse para ele e para mim, futuro breve esperado
desde há muito, embora eu já soubesse, e ainda sei a morada dele em Paris.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">À
tarde (ou seria no dia seguinte?), com outros, passei pela sede da PIDE,
cercada por militares. Via-se fumo, a sair da chaminé, certamente queima de
papéis comprometedores. Ouvi então um jovem oficial dizer em voz alta: saiam
daí, cabrões, filhos de puta!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Compreendi
então que o 25 de Abril estava a dar resultado, que as coisas iam mudar, porque
no dia anterior seria totalmente improvável dizer qualquer coisa de parecido,
sem que se fosse preso, torturado, enviado para a um presídio militar, para a
frente de combate, posteriormente para a prisão e um futuro previsível de exclusões.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">À
noite continuavam os soldados em frente ao quartel-general. Eu e o meu amigo
Moreira aproximámo-nos, como muita gente, dos soldados. Disse-me um: “não me
arranjas umas sandes, que estamos há 20 horas sem comer!?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Fomos
a correr a uma taberna no Largo de Alconchel e pedimos sandes ao dono.
Perguntei quanto era e disse que era para os soldados. A resposta foi que não
era nada porque era para os militares e que nos despachássemos. Fiquei com os
olhos vermelhos e percebi que o entusiasmo desse dia não era apenas meu e dos
meus amigos mas de tanta gente anónima que confiava na esperança de todos e
talvez tivesse ainda esperado mais do que eu por este dia. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Compreendi
que o golpe de estado não era apenas um movimento militar e que o país ia mesmo
mudar, que os militares estavam voluntariamente ao serviço da liberdade, que o
povo queria mudança, que tudo estava ser discutido e que o céu cinzento de
ontem seria a partir de agora mais azul.<o:p></o:p></span></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-6159686620163778012016-03-16T01:59:00.002+00:002016-03-16T02:01:47.514+00:00As Alterações de Évora, segundo D. Francisco Manoel de Mello<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Além de Severim de Faria, também D. Francisco Manoel de Mello escreveu sobre as Alterações de Évora de 1637, também conhecidas como a Revolta do Manuelinho. Estes motins, que depressa se generalizaram a todo o Alentejo, Algarve e Beira Baixa, foram eminentemente populares, como mostra o texto, e entre os vários motivos estavam o aumento crescente dos impostos (pagos pelo terceiro estado) para manter uma coroa que estava em guerras sucessivas, intermitentes ou cumulativas com algumas potências já importantes ou emergentes, como a Inglaterra, as Províncias Unidas (Países Baixos) e a França, com batalhas tanto em várias terras da Europa, como na América (tanto nas Índias castelhanas, como no Brasil e Maranhão) e noutras Índias, e revoltas internas em várias regiões ou reinos associados (no séc. XVII, na Catalunha, Portugal, Nápoles e antes na Holanda ...). Não se tratava de um estado unificado ainda, mas da união de muitos diferentes reinos, cada um com as suas leis e autonomias. A opressão dos povos, fazia com que o poder fosse cada vez mais associado ao poder castelhano e assim cresce o nacionalismo português, não da mesma forma para todos, porque muitos populares vêm estratos da nobreza associados à política centralizadora do Conde-Duque de Olivares.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> De salientar as diferentes posições de portugueses neste contexto em que se desenrolam "em crescendo" os motins, os de "ofícios mecânicos" que D. Francisco chama também "Povo" "vulgo", "<span style="line-height: 107%;">da
peor gente da Republica". Aparecem também várias categorias de nobres, titulares, injuriados e suspeitos de apenas quererem manter os seus privilégios, ou membros da Câmara, assim como diferentes posições do clero, como o arcebispo também injuriado ou o papel ativo dos Jesuítas a favor dos populares. Assinam-se decretos e panfletos em nome de um Manuelinho, louco da cidade que ninguém poderia responsabilizar.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Assim fica a cidade ingovernável, no sentido tradicional e fica a cidade com três "governos", identificados com os diferentes estratos sociais:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;"> <i>"</i></span><i><span style="text-align: justify;">De sorte que dentro da propria Cidade (cousa jâ mais vista) cõcorrião todos os tres modos do governo q asinão os Politicos: o dos nobres, q em lugar del Rey, sinificava o modo Monarquico, sempre cõtinuava cõ suas conferẽcias; o da Camara, que não desistindo de seu exercicio competente, representava o modo Aristocratico; e o do Povo, que em beneficio da liberdade proclamada, exercia hum Regimento comũ, por modo Democratico; donde qualquer do vulgo tinha igual autoridade, que o mais sábio, ou poderoso.</span><span style="text-align: justify;">"</span></i><br />
<i><span style="text-align: justify;"><br /></span></i>
<span style="text-align: justify;">Mesmo assim, apesar da participação da "a pior gente da República", e apesar da pobreza, não houve notícia de roubos ou assaltos para proveito próprio. </span><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<span style="text-align: justify;">Extractos das Epanáforas ... </span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Obravão todos os Corregedores do
Reyno, segundo suas ordens; e a nenhum erão jâ ocultas as grandes dificuldades,
que o Povo oferecia a seu comprimento. Entre os mais, o Corregedor de Evora
Andre de Moraes Sarmẽto, de profissão Legista, tratava com desregrado zelo, o
assentamẽto do novo serviço, e repartição dos efeitos, que para seu cobro
tocavão a sua Comarca. Havia já proposto tudo á Camara de aquella Cidade: donde
os Vereadores della, â custa da vontade del Rey, e do clamor do Povo, igualmẽte
mostravão desejo de obedecer, e resistir; porque de hũa parte, a obrigação de
bons Vassallos, e da outra, a de bons Patricios, os dividião, e equivocavão, em
tão contrarios efeitos.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Pareceo, que a mayor impossibilidade, consistia na
vontade do Povo; porque como consta de numero incapaz de castigo, soborno, ou
conselho, he de ordinario, oposto a todos os respeitos politicos. Quiz então o
Corregedor, encaminhar a obediẽcia das cabeça populares, e fez chamar diãte de
si ao Juiz, e Escrivão do Povo, em os quaes de algũa maneira, entre nòs se
reparte a autoridade de aquelle oficio, [A29] que os Romanos chamârão: Tribúno
da Plebe. Erão seus nomes destes, Sesinando Rodrigues, e João Barradas, ambos
da ordem mecanica; e que assi pellos lugares que tinhão da Republica, como
pello credito de amadores da liberdade, se estimavão as pessoas de mayor poder,
entre a multidão de aquelle Povo numeroso, e soberbo[…]</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> A novidade de aquella
diligencia, que o Corregedor intentâra com os dous Populares, a que tambem se
ajuntava a prâtica comũa, que jà corria pello Povo, das novas imposiçoens que
lhe repartião; abalou grande cantidade de gente em seguimento dos dous
chamados, ou fosse por segurança, ou (que he o mais certo) para atemorizar com
seu numero, o executor da violencia, que temião. Todos estes accidentes
ameaçadores á Republica de custosa novidade, desconheceo, ou desprezou o
Ministro real, contra quem se prevenião: procedendo em persuadir aos Populares,
que tinha encerrados em seu proprio aposento, jâ com promessas, jà com ameaços,
antes que convertidos â multidão, tornassem a participar do espiritu de sua
variadade. […] Dizem, que então indignado o Corregedor à vista de tanta dureza,
soltou palavras de grave injuria contra todo o Povo de Evora, e fez
demostraçoens, de q queria enforcar, como o havia jurado, aos dous q tinha
presentes[…]</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Então Sesinando, q era homẽ mais deliberado, chegandose à janela
da propria casa em q se achavão, q como preparada ao movimento, olhava para a
praça da Cidade, pedio em altas vozes socorro ao Povo, dizendolhe: Que morrião
pello livrarem do trabalho que lhe querião dar os Ministros del Rey. De nenhum se pode afirmar, ouvio inteiramente
a voz do Juiz do Povo, segundo estavão todos dependentes de seu aceno.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Quando
com subito estrõdo, ardendo todos em ira, clamârão a morte do Corregedor [A31],
e liberdade, e vida dos Populares. A hum mesmo tempo se levantou a voz, e a
força; e quasi sem espaço de tempo, era entrada, e acesa a casa de aquelle
Ministro. Duvidase se a furia do fogo, ou da gente, andou mais pronta em sua
ruìna. O Corregedor alterado, confuso, e medroso, só intentava escapar a vida,
que pode conseguir, ajudado de algũs nobres, e Religiosos, que logo o
socorrerão, e industriosamente o trespassárão ao Convento de São Francisco;
donde despois em habito diverso sahio da Cidade, e passou á Corte; e nella
experimentou a fortuna dos que se perdem entre ruins sucessos, cuja direcção,
nem por boa, se salva no Tribunal dos Juizos humanos, que só olhão os fins, e
não os meyos de nossas acçoens. Porèm o Povo mais indignado, com esta fugida,
aumentava suas desordens cõ mayores delitos. Afirmase por cousa rara, que toda
a prata, ouro, e dinheiro q despojavão, queimarão na Praça sem algum respeito,
como cousa pestifera, não havẽdo entre tãta multidão (q constava da peor gente
da Republica) hũa só pessoa, que se movesse a salvar por seu proveito qualquer
joya, das que outros entregavão ás chamas tão liberalmente. Tal era o odio, que
pode mais que a cobiça, mais poderosa que tudo. Passou adiante o dano, e forão
trazidos ao fogo todos os livros reaes, que servião de registro aos dereitos
publicos; romperão as balanças dõde se cobrava o novo imposto da carne;
devassárão a cadea, dando liberdade aos prezos de quem esperavão [A32] ser
ajudados, saqueàrão os Cartorios, desbaratando papeis, e livros judiciaes.
Porèm em todas suas acçoens, se mostrou sempre mayor â indignação, que ó
interesse[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Porém contra a mesma igualdade, que dos nobres
foi observada naquelle trance, alguns tinhão para si, que â gente principal não
desprazia aquella demostração, porque sendo nella o perigo só do vulgo, que
intentava a resistencia, vinha a ser comum o fruto de aquelle movimento, se por
elle se conseguisse a emenda dos males, que cõtaminavão a Republica. Outros entẽdião
(não peor) que a nobreza só fora quẽ detivera a furia do Povo, em cuja cegueira
não tinha lugar nenhũ respeito. [A33] Todavia vendo os grandes, e nobres de
Evora, que sua inquietação passava jà de vingãça, e que âs vozes havião
sucedido as armas; se ajuntárão em a Igreja de S. Antão, antiga, e principal
freguezia da Cidade, o Arcebispo D. João Coutinho, D. Diogo de Castro, Cõde do
Basto, Visorrei q fora de Portugal, D. Francisco de Mello Marques de Ferreira,
D. Rodrigo de Mello seu irmão, D. Francisco de Portugal Conde do Vimioso, D.
Francisco de Lencastre Comẽdador mór de Avìs, e D. Jorze de Mello. Entre os
quaes tratãdose o remedio do sucedido, se intentârão varios meyos dirigidos á
presente moderação, e para o que podia suceder, se despachàrão os avisos
necessarios. Porèm, como a primeira diligẽcia convinha ser o socego de aquelle
multidão, que cada hora se achava mais atrevida e resoluta; se começou com
brandas práticas a tratar a redução do Povo. Deziãolhes: Quizessem deixar tudo
ao cuidado da Camara, a quem tocava a causa publica, pois a ella, e não a elles
pertencia a conservação de sua Cidade. E para que o negocio aparecesse diante
del Rey com mais justificação, e autoridade, toda a nobreza que alli se achava
presente, se oferecia para interceder com sua Magestade, atè alcançar sobre o
perdão algum bom recurso, com que todos ficassem satisfeitos. Esta proposta não souberão os Inquietos
ouvir, nẽ responder, antes convertendo a ira para aquella parte, começârão a
temerse da Congregação da nobreza. Por ser causa ordinaria entre os que
desordenadamente [A34] seguem hum parecer, julgarẽ por inimigos a quantos lho
não aprovão. Queixavãose, e dizião: Que os senhores, e poderosos de Evora, não
sentião deshumanamente a execução do Povo de sua Patria, porque não erão do
Povo; que para os Grandes, nunca havia novas leys, que não fossem interpretadas
em seu comodo; e que ainda contra a observancia das antigas, se armavão de
privilegios; porque ou não querião dever, usando de sua franqueza, ou não pagar,
abusando de sua autoridade. Que procuravão merecer com o Principe, á custa das
ruìnas da patria, e agora se congraçavão com o Povo, para se justificarem
despois com el Rey, oferecendo por victima, ao sacrificio de sua fidelidade, o
inocente, e simples vulgo, cujo sangue derramasse, como de animaes obedientes,
costumava a barbara gentilidade; porèm que havendose justificado com el Rey,
serião os mais crueis algozes para o Povo; finalmente, que ou se ajuntassem com
os Populares, ou entre si se dividissem, ou procederião contra elles, como
contra inimigos do bem publico. Esta tão dura reposta turbou de novo os animos
dos Congregados; porque não só prometia o risco da nobreza, mas em o Povo dava
mostras de querer passar adiante a mais custosas novidades. Sucedeo então, que
sobrevindo as trevas da noite, se esforçârão tanto os inquietos, que juntos
forão apedrejar o Paço Arcebispal, injuriando com atrevidas palavras ao
Prelado, e sua familia. Outro semelhante, ou mayor tropel, entrou pellas portas
do Conde Dom Diogo de Castro, a quem aborrecião, posto que veneravão, sem outra
causa, que haver [A35] sido grande Ministro. […]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Mas em meyo desta confusão, seguião os
melhores o parecer dos Padres da Companhia, que entre nòs com grande honra
gozão o nome de Apostolos, e são em Evora altamente respeitados, pella
concurrencia de sujeitos grandes, que ocupão naquella sua Universidade. [A36] Porém
elles, ou fosse pello antigo amor aos Reys Portuguezes, ou porque se não
atrevessem a contradizer ainda a furia do Povo, dizem que tacitamente
contribuião às esperanças de algũa novidade. […]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Fora poucos annos antes,
conhecido em aquella Cidade, hum homem doudo, e dizidor, e por isso [A40]
aceitissimo ao Povo, cujo nome era Manoel, e por jogo, e sua notavel grãdeza
irònicamente Manoelinho. Usava fazer pràticas pellas ruas ao vulgo; a quẽ com
vozes desordenadas, e historias rediculas excitava sẽpre a alegria, dõde
procedeo ser na Cidade, e seus contornos, a pessoa mais conhecida; a cuja
lembrãça recorrẽdo algũs de aquelles inquietos, foi ordenado entre elles, que
todas as convocações, cartas, editos, e ordẽs, se despachassem debaixo do sinal
de Manoelinho de Evora; porq assi se escusava de ser jà mais conhecido o Autor
destas obras; ficando aquelle nome, desde então, constituido por sinal publico,
para que se pudessem entender sem confusão, em seus chamamentos. Nesta
observancia amanhecião cada dia fixados pellas praças, e portas da Cidade,
Provisões, Bandos, e Decretos pertencentes ao estabelicimento de sua defensa[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">D. FRANCISCO MANUEL DE MELO,EPANÁFORAS DE VÁRIA HISTÓRIA PORTUGUESA, </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA POR EVELINA VERDELHO</span></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-18868709001528502312014-07-16T19:03:00.000+01:002014-07-16T21:47:04.145+01:00Dois postais inéditos de Mário de Sá-Carneiro ao seu amigo José Stromp<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Encontrei estes postais num álbum que me deu a minha avó já há muitos anos. Sempre conheci este álbum na casa dos meus avós na vila do Cano. Aí pelos finais dos anos sessenta uma sobrinha da minha avó pediu à minha tia selos antigos para uma obra qualquer de caridade, parece-me que relacionada com os soldados que estavam nas colónias. Com alguma falta de cuidado os selos de muitos desses postais foram retirados. Uma vez até mostrei a um especialista em filatelia. Disse-me que não valia nada porque os selos tinham sido arrancados de qualquer maneira. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Intrigava-me um apelido que aí aparecia muitas vezes: Stromp. Mais surpreendido fiquei com a assinatura Sá Carneiro. Confirmei-a comparando com outras dele. E a morada que refere é a da sua casa na época: Travessa do Carmo. As moradas de Stromp também condizem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os postais são do mesmo dia 23 de Julho de 1909. Envia dois para o seu amigo, um para a morada do pai deste, no consultório que teria no Largo do Intendente e outro para a casa do Lumiar. É interessante que no segundo caso ele escreve simplesmente Lumiar mas o postal foi entregue à mesma. Imagine-se o que seriam esses "arredores" de Lisboa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vê-se que tem urgência, refere uma traduçã que tinha feito. Por esta altura teria uns dezanove anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
O José Stromp, seu amigo, foi um dos fundadores do Sporting.<br />
Os temas dos postais também têm interesse. São costumes populares, exóticos para quem vive num ambiente urbano, algo românticos, sobretudo o da mulher de Azurara, terra de pescadores (?); o outro de um camponês da Beira Alta.<br />
Provavelmente com algum sentido de humor e informalidade de quem conhece a família.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-cBZh1WIXCzE/U8ayaDa-6LI/AAAAAAAACuI/cy14HpJaGUo/s1600/sacrneiro3.tif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-cBZh1WIXCzE/U8ayaDa-6LI/AAAAAAAACuI/cy14HpJaGUo/s1600/sacrneiro3.tif" height="400" width="258" /></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-qezBvKcDC-k/U8az9irOZHI/AAAAAAAACuU/iCHvxPJL13U/s1600/sacarneiro4.tif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-qezBvKcDC-k/U8az9irOZHI/AAAAAAAACuU/iCHvxPJL13U/s1600/sacarneiro4.tif" height="252" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-an7u-X7KawA/U8ayAlRsj3I/AAAAAAAACt4/qTBKg0nREbA/s1600/sacarneiro1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-an7u-X7KawA/U8ayAlRsj3I/AAAAAAAACt4/qTBKg0nREbA/s1600/sacarneiro1.jpg" height="400" width="247" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lGDilRpbXl8/U8a0LSK_kiI/AAAAAAAACuc/tq4G7ArEX_4/s1600/sacarneiro2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-lGDilRpbXl8/U8a0LSK_kiI/AAAAAAAACuc/tq4G7ArEX_4/s1600/sacarneiro2.jpg" height="251" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-68684368470611087412014-05-23T22:38:00.002+01:002014-05-23T23:02:18.419+01:00Fazer contas à vida<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Teremos eleições europeias dia 25 de maio.
No mesmo dia há uma reunião do BCE em Lisboa. Recordemos que o Banco Central
Europeu, juntamente com a Comissão Europeia e o FMI emprestaram dinheiro a
Portugal com juros muito superiores ao que emprestaram a qualquer banco, que
por sua vez emprestava ao Estado, ganhando uma comissão altíssima. A tal Troika,
de que falamos, exigiu e continua, abaixamento de salários, diminuição e supressão
de direitos que custaram muitos sacrifícios e prisões a conquistar, vendas ao
desbarato de empresas estratégicas… Lembremo-nos que pela lei portuguesa, e
acho bem, a véspera do dia das eleições é para reflexão e no próprio dia não
pode haver qualquer propaganda eleitoral, ideológica que possa influenciar os
cidadãos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Lembremo-nos também que a crise começou
por ser financeira, bancária, que foi exportada a partir dos EUA, apanhou a
fragilidade dos bancos especuladores europeus, mais a expansão de outros bancos
de mafiosos, como O BPN e os estados foram obrigados pelos que mandam e pelos
seus eunucos a pagar, o que tem significado, e duramente, que são os cidadãos
que têm pago.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Pois o BCE vem fazer uma reunião no dia
25 de maio em Lisboa. O que vem fazer? Por mais que digam outras coisas, vem
simplesmente humilhar, enxovalhar, mostrar a prepotência, mostrar quem manda,
espezinhar os que têm pago para enriquecer os bancos alemães, franceses e
outros, para resolver os seus problemas, à custa dos pagamentos dos povos de
Portugal, da Grécia, da Irlanda, de Itália …</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Num dia de eleições, vêm esses
burocratas que escondem os políticos, que não se responsabilizam ou se vendem,
vêm contra a lei de um país independente, mostrar quem manda. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Não venham com essa treta do mercado.
Há mercado, há mercados, há mais que uma economia, há economia política, parece
que esquecida, há quem ganhe sem trabalho, há especulação e é de especulação
que se tem tratado. O dinheiro não desapareceu, mudou de sítio, há quem lucre com os sacrifícios de outros.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Por cá, temos tido um governo de
coligação do PSD e CDS. Antes das eleições queriam que viesse a Troika para
resolver os problemas, queriam mais que a Troika, foram além da Troika,
disseram que era disparate aumentar impostos, não só aumentaram impostos, como
geraram desemprego, levaram empresas viáveis à falência, levaram centenas de
milhares de pessoas à emigração e … não estão satisfeitos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Nem sequer quiseram aprovar projetos que
punham limites à promiscuidade entre o mundo das empresas e os cargos
políticos, como aqueles que foram apresentados recentemente pelo Bloco de
Esquerda e o Partido Comunista. Votaram contra o PSD, o CDS e o PS. Porquê? Porque tiveram e têm compromissos e clientelas.E se não for isso, demonstrem-no com atitudes diferentes.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Também não me venham com a conversa que
todos são iguais. Há políticos que não ganharam com o BPN, há políticos que não
fizeram o programa económico do PSD e logo ficaram à frente da EDP vendida a um
monopólio chinês, há gente que não pertence a essas sociedades que fazem o
estado pagar (nós) pelos seus serviços, de que têm benefícios vários.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Há quem prefira a abstenção. Por mais desculpas
que se inventem, abstenção é ficar em casa e nada fazer. Admito o voto em
branco, como arma política, não é ficar em casa e depois dizer que os outros
todos é que têm a culpa, quais crianças inocentes ainda a gatinhar.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Também me aborrecem os “enganados” e os
“arrependidos”. Deveriam fazer umas pequenas contas sobre a sua vida e estar um
pouco atentos. Poderiam pensar um pouco mais neles e nos outros. Desculpas há
muitas, e por vezes, cai-se mesmo no ridículo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Nestas eleições há que pensar no que
tem acontecido em Portugal, um país que ainda tem mais de oito séculos de
existência e que não é menos que os outros, dentro do princípio da
subsidiariedade, que tem dois lados, a União Europeia, fruto de todos os
estados que a integram, e os estados que também exigem.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Queremos ser uma colónia, com um ou
dois estados imperiais? Queremos prescindir dos direitos civis, democráticos, sociais,
culturais? Queremos uma Europa xenófoba, com uns mais importantes que outros, a
mandarem nos que fornecem mão-de-obra barata?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Há que pensar nisto tudo e mais ainda;
há que ver que também que isto tudo pode mudar, mesmo não havendo revoluções,
mas mais um passo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Eles também tremem. Treme este governo,
tremem outros, treme a Comissão Europeia, treme o mundo financeiro.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Tremem mais se os fizermos tremer.</div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-695882384552183672014-04-19T19:16:00.001+01:002014-04-19T19:16:50.209+01:00Sobre Gabriel Garcia Márquez
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Calibri;">Eu já
não gostava muito daquela expressão “realismo mágico”, sobre este e outros
escritores da América do Sul. Mas esta ainda entendo como um ponto de vista.
Parece-me que o tal realismo mágico é apenas uma expressão de quem vive noutra
civilização, mais industrializada ou que já ultrapassou essa fase, mais
eficiente, mais comprometida com objetivos que visam o lucro imediato e a longo
prazo: a civilização do relógio, agora digital, do tempo que é dinheiro e vice-versa,
onde pode haver uns tempos programados para férias, artes e literaturas. Dificilmente,
a partir deste ponto de vista se compreende outras realidades, que aparecem
como exóticas, tal como no século XIX aparecia a Espanha ou Portugal, parentes
próximos e seguros, ainda com alguma civilização, ao contrário da África dos “selvagens”,
embora perto, mas estranhos, ainda reveladores dos costumes do antigo regime,
contraditoriamente mantendo os tempos que já tinham passado, de que se sentia
alguma nostalgia e também algum carinho protetor.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;">Muitos
não terão reparado que Gabriel Garcia Márquez falava mesmo da realidade,
certamente com algumas misturas de realidades, como um excelente contador de
estórias que acrescenta qualquer coisa, que sabe usar os tempos das personagens
e dos ouvintes. Como por cá, mas sempre de forma diferente, com a delícia de
uma linguagem de quem narra para quem ouve e lê, com tempo, como fizeram Camilo
Castelo Branco ou Manuel da Fonseca, ou no Brasil Jorge Amado e Graciliano
Ramos ou Cervantes de uma literatura que se tornou universal, a partir de
aldeias ou regiões reais.</span></span><span class="usercontent2"><span style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span class="usercontent2"><span style="color: #333333;">Continua
a circular desde </span></span><span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;">há uma dúzia de anos</span></span><span class="usercontent2"><span style="color: #333333;"> uma falsa carta de despedida de
Gabriel Garcia Márquez </span></span><span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;">que circula ciclicamente <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e </span></span><span class="usercontent2"><span style="color: #333333;">que ele repudiou veementemente. Por muito que custe a
alguns, ele não estava arrependido nem nunca produziu um texto onde a palavra Deus
aparece tanta vez</span></span><span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;">,</span></span><span class="usercontent2"><span style="color: #333333;"> num estilo que não era o dele. Há que ler as suas obras
inconfundíveis e não cair na esparrela, reproduzindo um texto que não honra a
sua memória. Há que ler e não difundir para as redes só porque se acha
interessante num primeiro momento.</span></span><span class="uficommentbody"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;">É de
pensar quem é que nos controla. Se procurarmos no Google ou outros, aparece nos
primeiros luga</span></span><span data-reactid=".14.1:3:1:$comment10202002459964870_5643873:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3"><span data-reactid=".14.1:3:1:$comment10202002459964870_5643873:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0"><span data-reactid=".14.1:3:1:$comment10202002459964870_5643873:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$0:0">res
o tal discurso e só depois de muito procurar, poderá ser encontrado um artigo
de alguém a desmentir. Há organizações que manipulam isto de modo a convencer
os outros, utilizando um mito recorrente de que os ateus se voltam para Deus na
hora da morte. Noutros casos, quando a informação não agrada a quem manda, a
informação desaparece. Há por aí umas tendências totalitárias que querem
obrigar ao pensamento único, usando ínvios caminhos de sedução com palavras que
entram facilmente no ouvido de quem já as espera ou já desespera de muita
coisa. Pelo menos que se respeite os mortos e a obra dos que "da lei da
morte se vão libertando".</span><o:p></o:p></span></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span class="uficommentbody"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: Calibri;">Há
uns que teimam em definir o que os outros são. Há quem olhe para outros como
espécies exóticas que nos dão algum prazer nas férias ou noutros descansos. O
melhor é ler a obra e que cada um faça dela o que quiser. Foi para isso que foi
feita.<o:p></o:p></span></span></span></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-15070099193206774142014-01-16T23:24:00.002+00:002014-01-16T23:29:49.894+00:00Rimas várias para um jantarHá uns anos (um pouco mais de dez), fiz estes versos por brincadeira. Uma pequena "vingança" pois tinha uma turma que acompanhei durante três anos, várias aulas por semana. No final eram dezasseis alunas, cada uma de sua maneira, normalmente bem dispostas, mas algumas um pouco complicadas, com humores variados. Houve um jantar no final do 12º ano. Não pude ir já não sei porquê. Mandei estes versos de que estava já quase esquecido. Mas lembro-me de quase toda a gente. Algumas quadras eram individualizadas, outras gerais. Alguém se lembrou delas sem já saber do contexto. Mas guardou-as.<br />
Aqui seguem:<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<b><i>Rimas várias para um jantar<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i>PRÓLOGO e INVOCAÇÃO</i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Entrem senhoras e senhores</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Oiçam esta história de pasmar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A história das dezasseis mulheres</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Que ao 12º haveriam de chegar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Até Cristo quando subiu aos Céus</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Disse a todos os mortais</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Aturem-nas agora vocês</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Que eu já não as aturo mais</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Também Sebastião, o das setas</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Tremeu e levantou a mão</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ao ver tanta carta de condução</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E o fazer das curvas rectas</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E mesmo Maria Madalena</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Com seus choros e alegrias</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Quase se arrependeu, mas teve pena</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>De ver na turma tantas Marias</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Mas ó Musa minha adorada</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Inspira este teu fiel criado</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Dá-lhe palavras e alguma pancada</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Pois já devia estar deitado</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>e descansado</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E vós ninfas do límpido Xarrama</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ajudai este pobre secretário</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Que Neptuno e Vénus que outro ama</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Soltem as mágoas do armário</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Foram três anos de falatório</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Centenas de horas de bichanar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Noventa vezes dois de Purgatório</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Quinhentas horas a reclamar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Às duas por três estou mal disposta</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Às três por quatro preciso de sair</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vinte faltas e a mesa posta</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Três vezes trinta e três para cantar e rir.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Do décimo ao décimo segundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vieram atentas e esperançosas</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Chegam com as incertezas do mundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Partem crianças, chegam fermosas</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>(esta é para rir; também por causa das calorias e outras
manias)</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Alguém disse que isto era as Doroteias</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Desengane-se quem isso ouviu</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Já ninguém aqui cose meias</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>São artistas como nunca se viu</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vamos à história e às personagens</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O estimado público espera para ver</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Alguma atenção e breves paragens</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Abençoado seja este prazer</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>
São horas de comer!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i>ANDANTE (e allegro ma non troppo)</i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>De presidiárias está cheio o mundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Peregrinemos aqui e além</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Seja Sartre o mais profundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Oito a catorze. Amen!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A verdade acima de tudo,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Alegria, trabalho e amizade.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A protectora do sortudo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Sabe o que é a solidariedade</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>É uma força da natureza</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Sai a ela, à mãe e ao pai</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Canta a vida e não tem a certeza</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Quer a mudança social ... e vai!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ribomba o trovão no momento</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Desfaz-se no mesmo segundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E nisto surge um encantamento</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Um desejo de mudar profundo.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E espanta-se quando se sente</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E o sentir é forma de estar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E é isso que faz a gente</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E é esse sorriso que a faz voar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Não é de Tróia mas da terra dura</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Sabe o que quer e luta por isso</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Segue em frente e fura fura</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>É ainda uma flor em viço</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>De profundis levanta a neve</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Racional, interroga o mundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ajuda os outros, ergue-se breve</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O seu discurso é profundo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Olha a criança que já passou</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E as contradições que mostra à gente</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Será que percebe que já mudou?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E que tem pés para ir em frente?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Não é de Pavia mas vai</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Não canta mas segue caminho</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Às vezes pensa que cai</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Segue em frente, com carinho.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Querem Direito, mas ela não quer</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ela fura, e corre segura</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Adora a polémica e o malmequer</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vai fermosa e bem madura</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Simplicidade é um dom</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Diz tanta coisa sem falar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Tem um jeito simples e bom</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Uma forma calma no tratar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Atenta, trabalhadora e simpática</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Calma, vai além do que faz</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Desde a História à Matemática</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Também sabe do que é capaz</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ai essa vontade de dizer mais</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ai esse querer e não saber</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Pergunta para onde vais</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O caminho é não temer</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Sorriso discreto e bem bonito</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Simplicidade na forma de estar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Intuição e sentimento límpido</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vontade de ir além e voltar</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>É uma flor que há-de seguir</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Continuam as dúvidas para onde vai</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Descobriu algo para onde ir</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Ou ainda faz o que não quer ouvir?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Anda a História a nove e tal</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Mais uma actriz de carreira</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O que pretende afinal?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Devagar sobe a ladeira</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i>EPÍLOGO sem Cântico Final (e com exames à espera)</i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E sem esquecer os demais</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Que no caminho ficaram por ir</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Mais do que choros e ais</i></div>
<i>O melhor é começar por rir!</i>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-37759354412550793692013-12-06T22:01:00.000+00:002013-12-06T22:01:41.245+00:00A propósito de Mandela<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Apenas para lembrar algumas ideias, que
hoje parecem evidentes mas que de vez em quando, “por razões de estado”,
parecem ser facilmente esquecidas.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Se a figura de Nelson Mandela parece
hoje quase consensual, convém recordar que esteve 27 anos preso e torturado, acusado de
terrorismo e incitamento à violência, por um regime ditatorial que legalizou o
apartheid, portanto, a descriminação racial.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Quando alguém propunha medidas contra a
África do Sul e pela libertação dos presos políticos, logo vinham as recusas
justificadas pelo incitamento ao ódio da parte do ANC e de Nelson Mandela e pelo
perigo comunista. Basta ver as posições de países como Israel, Reino Unido, EUA
e Portugal até ao 25 de Abril. Poderíamos falar de outros, porque houve muitos “esquecimentos
e hesitações.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Aqui se transcrevem textos de alguns escritos nesses estados. Repare-se em Locke, a grande referência teórica do sistema
parlamentar inglês, há mais de trezentos anos, a Declaração de Independência
dos EUA, no século XVIII, a Constituição portuguesa, mais recente.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Parece que alguns governos só reclamam
as liberdades para si. </div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">John Locke, <i>The Second
Treatise of Civil Government</i>, CHAP. XIX,1690<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i>[…]
whenever the legislator</i><i><span lang="EN-US">s endeavour to take away, and destroy the property of the people,
or to reduce them to slavery under arbitrary power, <b>they put themselves into a state of war with the people,</b> who are
thereupon absolved from any farther obedience, and are left to the common
refuge, which God hath provided for all men, against force and violence.
Whensoever therefore the legislative shall transgress this fundamental rule of
society; and either by ambition, fear, folly or corruption, endeavour to grasp
themselves, or put into the hands of any other, an absolute power over the
lives, liberties, and estates of the people; by this breach of trust they
forfeit the power the people had put into their hands for quite contrary ends, <b>and it devolves to the people, who. have a
right to resume their original liberty</b> […]<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span lang="EN-US"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><a href="http://21stcenturycicero.wordpress.com/documents/the-declaration-of-independence/a-declaration-of-the-representatives-of-the-united-states-of-america-in-general-congress-assembled/" title="'Permanent"><span lang="EN-US" style="color: windowtext; mso-ansi-language: EN-US; text-decoration: none; text-underline: none;">A Declaration of the
Representatives of the UNITED STATES OF AMERICA, in General Congress assembled</span></a></span></i><span lang="EN-US" style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US;">,
1776<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span lang="EN-US">We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal,
that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that
among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness. — That to secure
these rights, Governments are instituted among Men, deriving their just powers
from the consent of the governed, — That whenever any Form of Government
becomes destructive of these ends, <b>it is
the Right of the People to alter or to abolish it,</b> and to institute new
Government, laying its foundation on such principles and organizing its powers
in such form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and
Happiness.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span lang="EN-US"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Constituição da República Portuguesa, 1976<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i>Artigo 7.º<br />
Relações internacionais<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><span lang="EN-US">[…]</span><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i>2.
Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer
outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos,
bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos
político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva,
com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a
justiça nas relações entre os povos.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i>3.
Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao
desenvolvimento, bem como o <b>direito à
insurreição contra todas as formas de opressão</b>.<o:p></o:p></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Nota: os textos estão no original, não
por uma moda qualquer, mas porque assim “soam” melhor, são mais autênticos; realçamos
algumas frases a negrito. </div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-49650565290707681452013-12-03T22:19:00.000+00:002013-12-03T22:21:33.768+00:00As mulheres da Europa e as japôas<br />
A visão que se tem do mundo reflete não apenas o que se consegue ver mas também a forma como se vê a cultura de que se faz parte.<br />
<br />
Algumas frase de Luís Fróis, escritor da segunda metade do século XVI, jesuíta, que fala sobre as mulheres da Europa e do Japão. Certamente também um ponto de vista masculino, apesar da curiosidade pelo outro (neste caso as outras, que os padres não são imunes a estas vistas).<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-_llbMyHv8mU/Up5WX8w61SI/AAAAAAAACeE/70LGfjuSu3g/s1600/jap1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://4.bp.blogspot.com/-_llbMyHv8mU/Up5WX8w61SI/AAAAAAAACeE/70LGfjuSu3g/s400/jap1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-4juNZbPIeh0/Up5YGwTXsTI/AAAAAAAACfE/jgNHt_QumkU/s1600/jap2a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="116" src="http://4.bp.blogspot.com/-4juNZbPIeh0/Up5YGwTXsTI/AAAAAAAACfE/jgNHt_QumkU/s400/jap2a.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-eOQ_pEzEE70/Up5Wbrzy6aI/AAAAAAAACeM/iVoEJnrLn_E/s1600/jap2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="http://2.bp.blogspot.com/-eOQ_pEzEE70/Up5Wbrzy6aI/AAAAAAAACeM/iVoEJnrLn_E/s400/jap2.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-7oWASMKbbhY/Up5WhDeiRXI/AAAAAAAACec/EKufuK8yDMg/s1600/jap3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="120" src="http://4.bp.blogspot.com/-7oWASMKbbhY/Up5WhDeiRXI/AAAAAAAACec/EKufuK8yDMg/s400/jap3.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-bsFvWkkBA3Q/Up5WjzqtiLI/AAAAAAAACek/a0rIXuWTw7c/s1600/jap4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="118" src="http://1.bp.blogspot.com/-bsFvWkkBA3Q/Up5WjzqtiLI/AAAAAAAACek/a0rIXuWTw7c/s400/jap4.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-wcWq40w4oeg/Up5WeIPEyQI/AAAAAAAACeY/yXIa9i2f5WU/s1600/jap2a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="130" src="http://1.bp.blogspot.com/-wcWq40w4oeg/Up5WeIPEyQI/AAAAAAAACeY/yXIa9i2f5WU/s400/jap2a.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
in <i>História e Antologia da Literatura Portuguesa do Sé. XVI</i>, Fundação Calouste Gulbenkian</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-20853579384690088802013-11-02T12:16:00.001+00:002013-11-02T12:24:30.820+00:00Honra à sua memória.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-KbkyxGdCW74/UnTpqll6WMI/AAAAAAAACcg/ltVIbpPQI5Y/s1600/025.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://2.bp.blogspot.com/-KbkyxGdCW74/UnTpqll6WMI/AAAAAAAACcg/ltVIbpPQI5Y/s400/025.JPG" width="272" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
As Alterações
de Évora de 1637 foram fundamentais para o processo que levou à Restauração de
1640. Foram motivo de grande preocupação para a monarquia, dado o exemplo que
se poderia seguir nos outros reinos do mesmo monarca, o que de facto aconteceu:
em 1640 estala a grande revolta da Catalunha, começada pelos camponeses que
afluíram a Barcelona, “Els segadors” (os ceifeiros). Ainda hoje o hino da
Catalunha é a eles dedicado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A revolta
amedrontou a nobreza portuguesa, uns ficaram em casa discretamente, como o
Duque de Bragança, outros continuavam na corte em Madrid ou nos exércitos
espanhóis na Flandres, Itália etc., outros ajudarão na repressão. Mas era comum
da parte da nobreza o desprezo pela gente <i>vil</i>
e <i>sem nome</i> e pelos “arruaceiros”, os <i>pícaros</i> da rua, gente de <i>ofícios mecânicos</i>, inferiores a eles, que
eram de <i>mãos limpas</i>. (as expressões
em itálico eram assim usadas no Antigo Regime, algumas das quais nestes extratos).
Mas repare-se o espanto: revoltavam-se, eram pobres mas não roubavam nada,
apesar de, no momento terem tudo nas mãos. Mas os <i>inquietos</i> destruiam balanças, ecritos etc. que punham em causa as fontes de rendimento da monarquia e da nobreza, os privilégios e o seu papel na manutenção da ordem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Repare-se
também na posição do duque de Medina Sidónia, ele que era irmão da futura
rainha de Portugal (aquela de quem se diz que mais valia ser rainha por um dia
que duquesa toda a vida): segundo o cronista foi ainda mais duro para com os
populares, para mostrar o seu poder, como um dos grandes de Espanha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Poderia ainda
perguntar-se: se não tivesse havido esta revolta teria havido a Restauração da
Independência? Será que os catalães teriam feito a revolta de 1640, permitindo
que os portugueses preparassem a defensiva, enquanto os exércitos andavam a
combater os revoltosos? O que teria sido o Brasil: talvez um conjunto de
colónias francesas (os franceses já tinham tentado ocupar o Rio de Janeiro,
andavam pelo Maranhão), ou holandesas (estabeleceram-se no Recife) …?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Notas: a
negrito enfatizam-se algumas expressões do texto citado de D. Francisco Manuel
de Melo, <i>Epanáforas</i> …. As imagens são
da atual Praça do Giraldo: uma placa comemorativa na parede exterior da Igreja
de S. Antão, com os nomes dos que dirigiram a revolta e a fonte henriquina,
coroada por Filipe I de Portugal com a coroa dos Habsburgos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-P2MD0DS1j2E/UnTp_OLYRHI/AAAAAAAACco/jkt4b-LzbC8/s1600/024.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-P2MD0DS1j2E/UnTp_OLYRHI/AAAAAAAACco/jkt4b-LzbC8/s400/024.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Porèm o Povo mais indignado, com esta fugida, aumentava
suas desordens cõ mayores delitos<b>.</b> <b>Afirmase por cousa rara, que toda a prata,
ouro, e dinheiro q despojavão, queimarão na Praça sem algum respeito, como
cousa pestifera, não havẽdo entre tãta multidão (q constava da peor gente da
Republica) hũa só pessoa, que se movesse a salvar por seu proveito qualquer
joya, das que outros entregavão ás chamas tão liberalmente. Tal era o odio, que
pode mais que a cobiça</b>, mais poderosa que tudo. Passou adiante o dano, e f<b>orão
trazidos ao fogo todos os livros reaes, que servião de registro aos dereitos
publicos</b>; romperão as balanças dõde se cobrava o novo imposto da carne;
devassárão a cadea, <b>dando liberdade aos prezos</b> de quem esperavão [A32] ser
ajudados, saqueàrão os Cartorios, desbaratando papeis, e livros judiciaes.
Porèm em todas suas acçoens, se mostrou sempre mayor â indignação, que ó
interesse. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>”[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>. <b>Queixavãose, e dizião: Que
os senhores, e poderosos de Evora, não sentião deshumanamente a execução do
Povo de sua Patria, porque não erão do Povo; que para os Grandes, nunca havia
novas leys, que não fossem interpretadas em seu comodo</b>; e que ainda contra a
observancia das antigas, se armavão de privilegios; porque ou não querião
dever, usando de sua franqueza, ou não pagar, abusando de sua autoridade. <b>Que
procuravão merecer com o Principe, á custa das ruìnas da patria,</b> e agora se
congraçavão com o Povo, para se justificarem despois com el Rey, oferecendo por
victima, ao sacrificio de sua fidelidade, o inocente, e simples vulgo, cujo
sangue derramasse, como de animaes obedientes, costumava a barbara gentilidade;
porèm que havendose justificado com el Rey, serião os mais crueis algozes para
o Povo; finalmente, que ou se ajuntassem com os Populares, ou entre si se
dividissem, ou procederião contra elles, como contra inimigos do bem publico. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Fora poucos annos antes,
conhecido em aquella Cidade, hum homem doudo, e dizidor, e por isso [A40]
aceitissimo ao Povo, cujo nome era Manoel, e por jogo, e sua notavel grãdeza
irònicamente Manoelinho. Usava fazer pràticas pellas ruas ao vulgo; a quẽ com
vozes desordenadas, e historias rediculas excitava sẽpre a alegria, dõde
procedeo ser na Cidade, e seus contornos, a pessoa mais conhecida; a cuja
lembrãça recorrẽdo algũs de aquelles inquietos, foi ordenado entre elles, q<b>ue
todas as convocações, cartas, editos, e ordẽs, se despachassem debaixo do sinal
de Manoelinho de Evora; porq assi se escusava de ser jà mais conhecido o Autor
destas obras</b>; ficando aquelle nome, desde então, constituido por sinal publico,
para que se pudessem entender sem confusão, em seus chamamentos. Nesta
observancia amanhecião cada dia fixados pellas praças, e portas da Cidade,
Provisões, Bandos, e Decretos pertencentes ao estabelicimento de sua defensa:
debaixo desta forma, se escrevião, e
despachavão cartas às Camaras do Reyno, se despedião os Ministros de seus
oficios, e se acomodavão nelles outros, em virtude de hũ simples provimẽto,
assinado por Manoelinho de Evora. </i><i>[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><b>O Conselho de Estado
de Espanha, </b>ainda que não tão florente, como nos tempos passados, se achava
todavia rico de sugeitos de grande prudencia, a quem parecia: <b>Que o açoute soministrado aos Inquietos, se
devia reger com grande temperança,
olhandose o estado do Imperio, dilatação, e contrastes de Espanha. Que por nenhum modo fosse tal, que
estimulados de lástima, ou medo, os Vassallos, que em Portugal se achavão firmes (mais, e melhores) quisessem
obrar de maneira, que recebendo todos o golpe, sahisse mais pequeno a cada
hum: porque muytas vezes sucede, que a
porfia, ou excesso da emenda, estraga pella desesperação</b> [A135] de muytos, muyto mais, que com a pena de
poucos remedêa. Que a revolação
se não deixasse, nem à ira, nem ao esquecimento, antes q cõ vagarosa, e apressada destreza, se fosse cauterizando
aquelle erpe interior, que
lavrava pello corpo da nação Portugueza, primeiro que chegasse ao coração, e se fizesse mortal, decepandoo
da união da Monarquia. Que o remedio,
continha duas partes: a presente de castigo, que se havia de executar logo, e a futura de prevenção, que tambem
desde logo, se havia de ir introduzindo.
Mas que medidas ambas, não erão de tanta importancia a primeira, como a segũda. […]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Em quanto em Alentejo, e suas fronteiras, ou jà os
Ministros das armas, ou da justiça, procedião desta sorte, <b>pello Reyno do
Algarve, andava mais soberba a vingança. Estava seu castigo (como dissemos) á
conta do Duque de Medina Sidonia,</b> que jâ havia arribado a Ayamonte, com hum
suficiẽte troço de exercito, de gente mais lustrosa, que disciplinada. He
certo, que aquelle Duque, não tinha outras ordens de mayor rigor, que o de
Bejar, acerca da entrada no Reyno; <b>mas ou porque julgandose mais soberano, lhe
parecesse q o negocio donde sua pessoa intervinha, della só havia de ser dependẽte,</b>
ou porq o Marques de Valparayzo, que o acõselhava, por de terrivel natural, o
guiase por caminhos mais asperos, [A137] <b>determinou proceder no Algarve, mais q
o de Bejar, em Alentejo, riguroso, e absoluto.</b><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>[...]</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A Justiça foi proseguindo em
suas averiguaçoens, atè proscrever, como Reos de sedição, e cabeças de
amotinados, a <b>Sesinando Rodrigues, e João Barradas: pello qual crime, forão condenados à morte, e em estàtua
justiçados, com horrẽdos pregões, e bandos</b>, prometedores de grãde honra, e
interesse, a qualquer pessoa, que vivos, ou mortos, os entregasse nas mãos da
Justiça. Algũs outros dos que na alteração tiverão menor parte, e por isso
menos advertidos se confiárão, <b>forão tãbem presos, econdenados, huns á forca,
outros a galés, e desterros perpetuos; mas
todos homẽs vìs, e sem nome, e que os mais erão delinquentes, e por
outros delitos merecedores das penas,</b> que só ao caso da sedição referião.<o:p></o:p></i></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-25752550931094602542013-11-02T00:10:00.000+00:002013-11-02T00:18:25.728+00:00Alterações de Évora e exércitos espanhóis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Af06DRmtt1o/UnRBz_-S5mI/AAAAAAAACcQ/RLLiu9Id-HA/s1600/altera%C3%A7%C3%B5es.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-Af06DRmtt1o/UnRBz_-S5mI/AAAAAAAACcQ/RLLiu9Id-HA/s400/altera%C3%A7%C3%B5es.jpg" width="305" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Cõstava este exercito de Cãtâbria, de varios terços de <u>Infãtaria
Castelhana, quasi toda forçada para [A85] a guerra</u>; <u>a qual entre a
aspereza dos montes de Guepúzcua, agora detida dos frios, agora dificultada do
aperto dos passos, se conservava, mas sempre com vivo desejo de liberdade.</u>
Estimavase seu numero, dentro dos quarteis, <u>em oito mil Infantes, que marchando
soltos, e por terras largas, e conhecidas, se diminuìrão de sorte, que antes de
arribarem â Estremadura, erão menos de quatro mil, e menos os que chegàrão ao
novo alojamento</u>. A mais rigurosa parte de aquellas armas, consistia em hum Regimento
de Dragoens: nova milicia entre nós, e que de Alemanha trouxera a seu cargo Dom
Pedro de Santa Cizilia, de quem no livro primeiro de nossa Catalunha, fazemos
particular menção. Foi nomeado por <u>General deste exercito, o Duque de Bejar,
moço de desasete annos</u>; havendose sua riqueza, e estado por suficiencia,
disserão: Que por ser o mayor senhor da Estremadura, donde o exercito se
juntava, lhe competia o posto[…]<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> Mas como já no Reyno do Algarve, mostrava para revolverse mayores
designios, foi tãbem mayor o cuidado de se lhe aplicar o remedio; porque os
portos, de q aquelle Reyno he abũdante, causavão muyto mais receyo, que suas
proprias forças. Por esta razão se ordenou, que o Duque de Medina Sidonia,
Capitão General da Andaluzia, ajuntasse da gente de seu cargo, atè seis mil
Infantes, e com os ginetes da costa, e alguns voluntarios, formasse outro
exercito, com q se avesinhasse ao Algarve.</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O rei Filipe IV de Espanha, terceiro de Portugal estava a braços com
várias guerras na Europa e no mundo, Países Baixos, Inglaterra, França e corsários,
piratas, contrabandistas, com as remessas de prata do Perú a diminuírem, gastos
da monarquia cada vez maiores e resolve, a conselho ou por ordem do seu valido, o Conde-Duque de Olivares, aumentar ainda mais os impostos. Os do reino de Castela já não aguentavam mais,
já tinha havido até uma revolta popular no País Basco, a população até diminuía
com a fome. Os súbditos dos outros reinos (Aragão, Portugal …) entendiam que não deveriam financiar as
guerras de Castela, invocando as suas leis e autonomia. E, no entanto, os
impostos aumentavam e os recrutamentos militares também.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de outros motins é a vez da grande revolta popular de Évora que
se estende pelo Alentejo, Algarve e Beiras: As alterações de Évora, também
conhecidas por revolta do Manuelinho..<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D. Francisco Manuel de Melo vem ao serviço do rei a Évora e descreve,
tal como Severim de Faria os acontecimentos e o contexto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Conde-Duque não confiava muito nos portugueses e por isso envia
exércitos espanhóis, apesar da nobreza portuguesa não ter participado nos
acontecimentos, opondo-se até aos <i>vis</i> populares, tal como D. João, Duque
de Bragança, rei a partir de 1640. É interessante que um dos exércitos, que sai
da Andaluzia é comandado pelo Duque de Medina Sidónia, da família Guzman, irmão
de D. Luísa de Gusmão e cunhado de D. João, que anos mais tarde haveria de
tentar uma conspiração para a separação da Andaluzia, com o apoio do rei de
Portugal, que foi paga com a morte do Marquês de Ayamonte (também Guzman), por
ordem do Conde- Duque (também Guzman).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O outro exército, não fosse os crimes cometidos, quase caía no
ridículo. Segundo o cronista, saí da Cantábria e País Basco com 8000 homens a
pé (imagine-se atravessar a Espanha, quase sem estradas) e chega à fronteira
portuguesa com apenas 4000, isto é cerca de metade teriam desertado. Ainda por
cima é comandado por um rapaz de 17 anos, porque era da família mais importante
da Extremadura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nota: sublinhados nossos. Ver também texto de Severim de Faria sobre <a href="http://ruadealconxel.blogspot.pt/2008/11/manifestao-em-vora-em-1637.html">Alterações de Évora</a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Textos de <span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">D.
FRANCISCO MANUEL DE MELO, <i>EPANÁFORAS</i> <i>DE VÁRIA HISTÓRIA PORTUGUESA</i>,
EDIÇÃO SEMIDIPLOMÁTICA, POR EVELINA VERDELHO, CENTRO DE ESTUDOS DE LINGUÍSTICA
GERAL E APLICADA (CELGA) FACULDADE DE LETRAS, UNIVERSIDADE DE COIMBRA, 2007</span><o:p></o:p></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-71503752352606100252013-09-21T01:05:00.000+01:002013-09-21T01:05:13.757+01:00Évora será cidade<div class="MsoNormal">
Por vezes é preciso ter memória. Quando se fala em
autarquias, em eleições, em poderes autárquicos é preciso recordar algumas
coisas, mas não reviver o passado.</div>
<div class="MsoNormal">
Até 1974, durante o Estado Novo, os presidentes das câmaras
eram nomeados pelos governadores civis, por sua vez nomeados pelo Ministro do Interior
(o mesmo de quem dependia a PIDE/DGS, ou que dela dependia), nomeado pelo Presidente
do Conselho. Autonomia não existia, os presidentes das câmaras, quando muito
pedinchavam qualquer coisa, servilmente, ou defendiam os interesses de grupo,
também servilmente. Dinheiro não havia quase, que era quase tudo para as
guerras coloniais e para os grupos que se serviam do Estado para enriquecer num
estado controlado, onde não podia haver greves nem manifestações nem direitos
cívicos, políticos ou sociais.</div>
<div class="MsoNormal">
Évora não podia crescer. Era a cidade intra-muros, com
alguns bairros admitidos e dezenas de bairros clandestinos, porque as pessoas
fugiam dos campos e tinham que viver em algum lado.</div>
<div class="MsoNormal">
Fez-se um esforço coletivo imenso após o 25 de Abril.
Participou muita gente anónima, inúmeros grupos de voluntários, moradores,
outros que vieram de fora, fizeram-se experiências urbanísticas com a
participação da população, urbanistas e arquitetos que haveriam de ser
reconhecidos internacionalmente, como Siza Vieira e Nuno Portas, mas
desprezados por alguns “esclarecidos” suburbanos que ascenderam rapidamente.</div>
<div class="MsoNormal">
Évora recomeçou a ser reconhecida nacional e
internacionalmente pelas escolas de teatro, pioneiras, por festivais de música,
tantas manifestações culturais. Milhares de famílias não tinham sequer água e
esgotos, no centro e nos bairros clandestinos e começaram a ascender às
condições mínimas- à dignidade!, o que é pouco para gente satisfeita com o seu
umbigo e que faz da ignorância um gesto contínuo de arrogância.</div>
<div class="MsoNormal">
Évora chegou a Património Mundial, coroando esforços,
estudos, participação de muitos cidadãos que demonstraram que Évora poderia ser
uma cidade, cosmopolita, aberta, inovadora. Havia problemas, certamente, mas
participação de muitos e vontade de resolvê-los.</div>
<div class="MsoNormal">
Infelizmente, porque noutras regiões do país há diferenças,
grande parte dos que mandam no Partido Socialista local foram-se organizando
contra tudo o que eles entendiam que era comunista, sem ver sequer que muito do
que se fazia era o que uma cidade digna desse nome, uma cidade de cidadãos, era
muito maior do que preconceitos que qualquer reacionário (aquele que não quer
mudar e que age contra) subscreveria. Alguns nem sabem que o Partido
Socialista, na sua fundação, se proclamava como herdeiro do marxismo, que
propunha também uma sociedade igualitária e que ainda mantém oficialmente como
hino a Internacional.</div>
<div class="MsoNormal">
O PS local, que durante muitos anos esteve na oposição,
contestando apenas, conseguiu tornar-se poder. Como os que mandam no PS local não
tinham programa, como se habituaram a ter lugares de nomeação (CCDR, governo
civil, EDIA …) o seu programa foi destruir e mostrar quem manda. Não olharam a
meios publicitários e propagandísticos, utilizando o aparelho de estado a seu
favor, alianças espúrias, favores de empresas, favorecidas também. E ainda
pensam que são importantes, socialmente, imprescindíveis. Pensam que são uma
espécie de self made man à portuguesa, porque partiram da aldeia e conquistaram
o poder, esquecendo-se que o poder que lhes foi dado nessa instituições que
lhes permitiram subir, o foi através de uma rede caciquista que nada tem a ver
com mérito e muito menos com princípios democráticos.</div>
<div class="MsoNormal">
Hoje saúda-se que tem coragem de querer estar à frente desta
autarquia, com vontade de mudar, através de eleições democráticas. Porque a
cidade de Évora está minada, falida, o centro histórico com problemas de
difícil resolução, esventrado e sem gente, porque os que têm mandado têm
desprezo, raiva e inveja pela vivência numa cidade, até porque o seu ideal
suburbano é o de uma cidade para a fotografia, onde os que podem circulam nos
seus automóveis rapidamente e descansam nas suas vivendas com piscina,
enfadados do bulício, das misturas sociais – da cidade.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
É preciso devolver o cosmopolitismo a esta cidade, elevar a
participação das populações, reconstruir o que tem sido desfeito.</div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-61320056190705309602013-09-12T00:26:00.002+01:002013-09-12T00:26:55.891+01:00A grande e a pequena fraude<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Começo pela grande fraude: Obama. Não é que tivesse grandes
esperanças mas resta sempre uma réstia, como as cebolas que ao descascar nos
afetam os olhos, sem que a visão desapareça. Obama sabe discursar, é
inteligente, tem ideias, alguma visão do mundo, ao contrário de outros
presidentes pouco alfabetizados como Reagan ou Bush(s). Parecia até não ser
arrogante. Mas para governar os EUA, há que contar com os eleitores que
existem, os sistema eleitorais obsoletos que existem, os inúmeros e poderosos lóbis (alguns numa certa Europa poderiam ser
simplesmente acusados de corrupção), os eleitores eleitos com o financiamento dos
lóbis etc. : um sistema político que se bloqueia a si próprio para manter o
status quo dos interesses empresariais e uma política económica liberal quanto
baste para defendê-los e quando não baste manda-se um exército, umas bombas,
uns espiões, uma multitude de meios para manter a hegemonia. E prisões com tortura em Guantánamo que Obama prometeu acabar mas que ...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quanto ao Médio Oriente interessa-lhes o petróleo, o gaz, a
supremacia e o Estado crescente (de crescer) de Israel, a Terra Santa exclusiva
para alguns (sublinhe-se alguns, mas poderosos) grupos judaicos, outras seitas
religiosas, que talvez não sejam seitas, porque isso é mais questão de poder e
número, que creem que pode ser aí o Paraíso fundamentalista, com exclusão dos
outros, árabes sobretudo, quer sejam muçulmanos, cristãos ou sem religião.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Talvez ainda interesse a Obama, mas nada a outros que mandam,
que a Síria foi um dos berços das culturas ocidentais, referência bíblica
constante, um dos centros da cultura helenística, província essencial do
Império Romano, lugar primordial dos primeiros cristãos e dos que se seguiram,
centro da civilização islâmica, do tempo em que os poetas, filósofos,
astrónomos e tantos outros davam lições de cultura ao mundo. Mas esses
puritanos que decoram e citam a Bíblia constantemente, assumindo ares civilizadores,
dominadores e arrogantes, esquecem ou desconhecem e nem vislumbram que estes
povos são descendentes desses que eles, na América e outras partes se presumem
como donos da verdade e herdeiros do povo eleito, que reservam uns vestígios de
liberdade para eles mas que negam os direitos aos outros, em nome da liberdade
económica reservada. Esquecem, apesar de usarem constantemente a palavra Deus
(cristão) e até escreverem nas notas de dólar “in God we trust”, que foi a caminho
de Damasco, capital da Síria, que o refundador do cristianismo, S. Paulo, teve
a visão, a queda e a elevação que levou o cristianismo ao mundo, “urbe et orbi”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Que Assad é um ditador, sabemos e não devemos permitir. Mas
financiar grupos fundamentalistas e fascistas, como se fez no Afeganistão ou no
Iraque, para substituir um regime e cair num estado falhado como no Iraque ou
Somália ou Afeganistão, com perseguições a minorias significativas de cristãos,
muçulmanos alauitas e outros, laicos, ateus, permitir o retrocesso e destruir
património cultural mundial, obrigar as mulheres a voltarem a tempos “inquisitoriais”,
para se conformarem com a moral vaabita da Arábia Saudita?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entretanto Israel, que continua a ocupar os Montes Golã
sírios, aproveita e ninguém põe em causa que tenha armamento nuclear e químico.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A pequena fraude é a pequena França de Holande. Parece que
certos franceses querem voltar aos tempos do colonialismo na Síria. Ainda não
engoliram as sucessivas derrotas no Vietname e na Argélia e ainda pensam que
estão no tempo de Napoleão (que também foi derrotado por povos, como o
português e russo). E diz-se socialista!? Mas também o que conta quem pouca
influência tem e se quer pôr em bicos de pés de vez em quando, mudando de
opinião quando uma alemã mandona exige?</div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-62859209514758353532013-06-18T00:12:00.004+01:002013-06-18T00:22:00.964+01:00Dos comentadores e dos seus estudos não quotidianos<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal">
Continuo a dizer que o mal de alguns comentaristas
profissionais é não se informarem. No mundo atual não dá para dar opiniões
sobre tudo, como se fossem verdades indiscutíveis. Nunca deu! Percebo que se
ganhe com isso, quando se tem fama. Mas fica mal, para já não falar de alguma
desonestidade intelectual.</div>
<div class="MsoNormal">
Sousa Tavares fala de uma escola primária numa aldeia
perdida no Norte, onde terá andado. Havia frio, uma professora esmerada etc.<br />
</div>
<div class="MsoNormal">
Lembra-se de coisas de há décadas. Sabemos que a memória nos
trai. Lembramo-nos de coisas que nos emocionaram, de outras não. Felizmente não
chega a fazer a apologia do Portugal dos pequeninos, dos que diziam, repetindo
Salazar, que “a minha política é o trabalho” (o que significava não participar naquele terrível mundo urbano, cosmopolita, mas defender, mesmo contra os vizinhos, aquela sociedade autoritária, camponesa e patriarcal reinventada), mas … quase.<br />
</div>
<div class="MsoNormal">
Também eu andei em escolas primárias com condições ínfimas,
com o frio do Alentejo que não é menor que o do Litoral Norte. Também tive
colegas, em Alter do Chão, que andavam descalços. Também eu tive colegas que
todos os dias apanhavam reguadas e que nem se atreviam a dizer em casa, porque
apanhavam mais. Também tive professores interessados nos seus alunos. Parece-me e tenho a certeza que ainda há muitos, muitos anónimos.<br />
</div>
<div class="MsoNormal">
Mudei de escola primária para Sousel, também no Alentejo.
Dos meus colegas da 4ª classe, que eu saiba apenas uns dois, talvez mais um,
onde me incluo, tiraram um curso superior (ou o que o era na época), na idade “normal”.
Outros ficaram pelo caminho e, não fosse haver um colégio, que nem todos podiam
pagar, com condições hoje inacreditáveis, talvez outros não tivessem feito o
ensino secundário ou parte.</div>
<div class="MsoNormal">
Esquece-se, ao falar dessa escola, do ambiente que tinha em
casa. Esquece-se dos livros que tinha, de uma mãe escritora e um pai jornalista
e dos círculos de amigos da família. Também eu tive alguma “sorte” nesse
aspeto. Mas a maioria não tinha.<br />
</div>
<div class="MsoNormal">
Parte da sua experiência particular. Quase como se fosse
possível voltar atrás. É, infelizmente o mesmo vício de raciocínio de Nuno
Crato, quando pensa que é possível voltar ao paradigma dos antigos liceus, dos
alunos que vivem só para exames, para entrar na universidade.<br />
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-6avcJi-b1nI/Ub-XjMQ0WCI/AAAAAAAACW0/sUJv_-b7KJc/s1600/escola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-6avcJi-b1nI/Ub-XjMQ0WCI/AAAAAAAACW0/sUJv_-b7KJc/s320/escola.jpg" width="138" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Parte do princípio que antes, “nesses tempos fundadores”, os
professores não faltavam e hoje faltam. Dados não lhe interessam, mas sim afirmações,
baseadas na sua opinião, no seu senso comum, sem que se dê ao trabalho de ir ao
terreno, ver o que é uma escola e informar-se que é o dever de um jornalista. É
o mesmo pensamento reacionário de tantos que, partindo dos seus preconceitos,
decretam a verdade. Infelizmente há muitos por aí. Arrogantemente pensam e
proclamam, inculcam, repetem até à exaustão, do alto das páginas dos jornais,
numa comunicação unilateral, gostam de ofender, como se isso fosse coragem,
satisfazem-se como Narciso a apreciar a sua própria imagem nas águas, mas … “o
mundo pula e avança”. E o mundo de hoje, já tem muito mais gente com instrução
e que sabe pensar, sem precisar das ideias feitas e das verdades
inquestionáveis, “ex-cathedra”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-small;">Junto esta imagem de um livro com muitos depoimentos, onde também contei a minha memória das escolas em que andei.</span></div>
João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-13581647164924395352012-05-14T23:41:00.000+01:002012-05-14T23:48:31.956+01:00Grécia. E agora como é?<div style="text-align: justify;">
O discurso sobre a democracia é longo nesta Europa recente, depois de guerras genocidas e submissão de povos, com alguma acalmia nas recentes décadas. Sobretudo
quando o que alguns entendem por democracia dá resultado, de acordo com as previsões dos meios financeiros ou de alguns imperialismos, às claras ou não, que (cada
vez mais) mandam.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Juristas e políticos vários recomendáveis e insuspeitos têm recomendado o respeito pela
lei, pelas constituições, pelos tratados. Parecia consensual num processo
imparável de progresso. Só teriam entrado, só entraram para a União Europeia os
estados que respeitassem os princípios de um estado de direito democrático. E terão
entrado porque provaram que cumpriam as regras constitucionais democráticas.
Não entraram repentinamente. Veja-se, por exemplo, as provas que têm sido
exigidas à Turquia desde há longas décadas, sem que este estado tenha
conseguido ainda provar ser merecedor da entrada neste exemplo de democracia.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
As eleições gregas foram válidas, ninguém contestou o
processo. Os cidadãos gregos votaram segundo a sua consciência, princípio
incontestável, pelo menos até agora, na União Europeia.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
O problema é que votaram contra o que as instituições financeiras
e os estados que mandam,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mas que não poderiam
mandar segundo as regras aceites, porque os tratados exigem consensos ou maiorias. Afinal os partidos gregos que
aprovaram todas as sujeições para a Grécia constituem uma minoria e não
deveriam formar governo, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pois seria <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>contra uma das regras essenciais da democracia,
o poder do povo, o poder da maioria no respeito pela lei feita pelos
representantes do povo, dos cidadãos e não de escravos ou súbditos, que, por
definição não fazem leis e apenas obedecem.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Afinal os cidadãos gregos podem votar ou não, ou só podem
votar desde que os que mandam aceitem? Só podem votar naquilo que os outros lhe
ditam, sobretudo os que mandam e ninguém elegeu? E os outros cidadãos da Europa
terão que ser obrigados a votar apenas nos partidos que obedecem às
instituições que niguém sufragou?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Afinal qual é o conceito de democracia? Ou será que para
alguns, os resultados eleitorais só são aceitáveis quando os cidadãos são
obedientes aos ditames dos que, não se sujeitando às regras da democracia,
mandam porque mandam?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<strong>Podemos ou não votar em consciência ou só naquilo que nos mandam votar seja a que pretexto for?</strong><br />
<br />
Já há perto de duzentos anos Almeida Garrett escrevia sobre o dia 24 de Agosto de 1820:<br />
<br />
<em>Escravos ontem, hoje livres; ontem autómatos da tirania, hoje homens; ontem miseráveis colonos, hoje cidadãos; qual seria o vil (não digo bem), qual seria o infeliz que não louve, que não bendiga o braço heróico que nos quebrou os ferros, os lábios denodados que ousaram primeiro entoar o doce nome Liberdade? <br /><br />Mas se almas há ainda tão abjectas, se corações tão pusilânimes, tão acanhados espíritos, tão baixos ânimos, tão envilecidos peitos, tão desprezíveis homens, que são esquecidos que são cidadãos, de que são homens, de que são Portugueses, ousam duvidar um momento da legitimidade, com que a mais nobre [,] a mais ilustre porção desta cidade clamou por uma constituição política, reuniu as suas forças para fim tão glorioso [...], se alguns timoratos e duvidosos, receiam e tremem; eis aqui quando um homem de bem, quando um Português, que o é, deve, acendendo o facho da filosofia, e das letras, fazer servir as suas luzes, e ilustrar a sua pátria, sacrificar-lhe as suas vigílias, mostrar que é cidadão.</em></div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-11193560697980641702012-05-10T00:15:00.000+01:002012-05-10T00:22:48.754+01:00Feriados ainda e amanhã também.<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Há por aí muitos que falam de
valores e sobretudo da perda de valores. Este ano houve por aí uma discussão
(ligeira) sobre os feriados. E, para alguns intransigentes dos valores, a
discussão sobre as promoções da tal cadeia com um patrão nacionalista mas com
uma sede holandesa, de supermercados, como outras, passou como se fosse apenas
uma liberdade de escolha, porque o 1º de Maio era uma coisa do passado, essa
coisa das oito horas de trabalho ou os direitos sociais, uma ficção que não se
coaduna com os tempos pragmáticos atuais. Talvez fosse interessante saber a
reação se fosse uma promoção de carne na sexta-feira santa ou outra qualquer na
noite de Natal. Talvez aí viessem com outros valores!</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Há uns, envergonhados, que ainda dizem
que o 1º de Dezembro deveria continuar feriado, porque defendem a toda a hora
os valores nacionais, a Fé e o Império, D. Miguel ou D. Sebastião. Claudicaram
também! O argumento é quase sempre o mesmo: os outros estragaram tudo e agora
temos que fazer sacrifícios (digo eu, alguns ou a maioria). A culpa é sempre
dos outros, sobretudo para quem continua sentado!</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Já há muito que não aguento
moralistas! Sobretudo os incoerentes! Preguem moralismos ao espelho e que
fiquem satisfeitos. Pouca paciência também tenho para os relativistas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Não é preciso grandes
demonstrações para provar que o problema não é o número de feriados. Estados,
como a RFA, têm mais feriados que nós e são apresentados como países “do
trabalho”. Os trabalhadores alemães até trabalham menos horas que os
portugueses e, se particularizarmos, as mulheres portuguesas são das que
trabalham mais na Europa. Confunde-se, e propositadamente (um dos sintomas de
que o capitalismo em Portugal ainda está afastado da maturidade e enredado nas
teias de sociedades hierarquizadas, onde ainda se despreza o valor do trabalho
e mérito), horas de trabalho com produtividade.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Meus senhores (porque assim
querem ser, o que implica que outros sejam súbditos), se quiserem que os
portugueses trabalhem mais, promovam o trabalho para os que estão
desempregados, porque estes querem trabalhar e já muitos têm formação!</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Portugal é uma República, em que
o Estado está separado da Igreja, das igrejas. A questão dos feriados põe-se em
termos políticos e não religiosos. Cada um pode ter ou não ter a religião que
quer ou não ter nenhuma. Ninguém pode ser obrigado a ter uma religião,
histórica ou moderna.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Felizmente, a própria Igreja
Católica Apostólica Romana já não exige a supremacia que teve noutros tempos.
Mas há sempre, e literalmente, alguns que são mais papistas que o Papa.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Pelo que percebi, o governo
transigiu sem qualquer necessidade. Quer, autoritariamente ,acabar com o dia
que simboliza a República e com o dia que simboliza a Independência. Sinais dos
tempos! De alguns!</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas fez um favor, talvez inútil, acordou com a
Igreja, a suspensão de dois dias santos por cinco anos! E acabou com os feriados civis, republicanos, patrióticos! Como se alguém lhes tivesse dado o poder de acabar com símbolos pelos quais tanta gente e tanta gerações lutaram e se sacrificaram! Como se se sentissem na missão de, em nome de todos e sem lhes perguntar, acabar com tudo o que levou séculos a conquistar! Em nome de uns trocos do FMI e de uma ideologia neoliberal, conservadora e até reacionária e do ... salve-se quem puder!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
Triste gente inútil que haveremos de um dia levar a que tenham alguma consciência do que é a RES PUBLICA.</div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-92102696105386645072012-04-09T01:13:00.000+01:002012-04-09T01:13:54.299+01:00Freguesias/Antigos Concelhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-4c99OJAhWRI/T4IjqdjoXuI/AAAAAAAACUU/I6Xsrwrzaas/s1600/valongo+009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-4c99OJAhWRI/T4IjqdjoXuI/AAAAAAAACUU/I6Xsrwrzaas/s400/valongo+009.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Montoito (actual Concelho do Redondo)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-bS0_PzPwKZo/T4Ij-nAiTyI/AAAAAAAACUc/ynVStnwUyCk/s1600/valongo+013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-bS0_PzPwKZo/T4Ij-nAiTyI/AAAAAAAACUc/ynVStnwUyCk/s400/valongo+013.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-cu7ft6wdhE0/T4IkUVX8QbI/AAAAAAAACUk/ognqlEpo-t4/s1600/Torre+dos+Coelheiros+040.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-cu7ft6wdhE0/T4IkUVX8QbI/AAAAAAAACUk/ognqlEpo-t4/s400/Torre+dos+Coelheiros+040.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Oriola (actual Concelho de Portel)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-RnnootkwFfw/T4Ik0N95WcI/AAAAAAAACUs/1XUf5A_sbxU/s1600/Vimieiro+019.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-RnnootkwFfw/T4Ik0N95WcI/AAAAAAAACUs/1XUf5A_sbxU/s400/Vimieiro+019.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Vimieiro (actual Concelho de Arraiolos)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-_L8OHmuO6hc/T4IlmbY-f7I/AAAAAAAACU8/xuGmi7BxWY8/s1600/IMG_2710.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-_L8OHmuO6hc/T4IlmbY-f7I/AAAAAAAACU8/xuGmi7BxWY8/s400/IMG_2710.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Cano (actual Concelho de Sousel)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-__Duo3aNPSA/T4IlZb-JfNI/AAAAAAAACU0/uc0JlUuqPV0/s1600/Imagem+288.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-__Duo3aNPSA/T4IlZb-JfNI/AAAAAAAACU0/uc0JlUuqPV0/s400/Imagem+288.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"> Pavia (actual Concelho de Mora)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Pretende este governo extinguir de uma penada milhares de freguesias. Mais que provado está que não são estas que contribuíram para o descalabro das finanças públicas. Pelo contrário, as juntas de freguesia, através de milhares de cidadãos, com trabalho essencialmente voluntário, resolvem problemas quotidianos que, se fossem pagos, ou deixariam de ser feitos ou custariam muitos milhões.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Para além disso, há a identidade das populações que perdura através dos tempos. Muitas delas existiam ainda antes da nacionalidade, que já vai longa, quer se chamassem freguesias ou simplesmente paróquias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Recordemos, pelas imagens, algumas que foram concelhos por centenas de anos, muitas delas extintas em 1836. Em muitas ainda se veem símbolos do antigo poder municipal ou reminiscências deste: a torre, quase sempre com o relógio, o edifício dos paços do concelho que também servia de tribunal, bem como a antiga cadeia, numa praça pública, antigamente apenas praça, frequentemente chamada Praça da República após o 5 de Outubro, que agora alguns também querem esquecer.</div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-4270998179601052062012-04-09T00:03:00.000+01:002012-04-09T00:03:00.929+01:00(re) Inauguração do mercado em MértolaFoi reinaugurado o mercado em Mértola dia 7 de Abril. <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-TGjUMkeI6-g/T4IXjbEp0MI/AAAAAAAACTk/h8ISBMuxXus/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-TGjUMkeI6-g/T4IXjbEp0MI/AAAAAAAACTk/h8ISBMuxXus/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+005.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-W7Wj1OJastQ/T4IXu6kuv4I/AAAAAAAACTs/kc5ThXol5EU/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-W7Wj1OJastQ/T4IXu6kuv4I/AAAAAAAACTs/kc5ThXol5EU/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+007.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-1eiISkn9AJc/T4IX2lGyNnI/AAAAAAAACT0/aIEhg8_k7KE/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-1eiISkn9AJc/T4IX2lGyNnI/AAAAAAAACT0/aIEhg8_k7KE/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+001.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A lampreia, gerações de pescadores e o rio de onde tudo parte e regressa.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-hVZiOygkw7s/T4IYOPrgnhI/AAAAAAAACUE/rBvnMX749b8/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-hVZiOygkw7s/T4IYOPrgnhI/AAAAAAAACUE/rBvnMX749b8/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+008.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-zRBz3iWN1D8/T4IX-5rxMWI/AAAAAAAACT8/25EBErE02Ps/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-zRBz3iWN1D8/T4IX-5rxMWI/AAAAAAAACT8/25EBErE02Ps/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+002.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Z8PLxboK1TM/T4IZDk4V_WI/AAAAAAAACUM/Xyproj3a9tY/s1600/m%C3%A9rtolaabril2012+004.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-Z8PLxboK1TM/T4IZDk4V_WI/AAAAAAAACUM/Xyproj3a9tY/s400/m%C3%A9rtolaabril2012+004.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-19798087645870701682012-03-20T00:17:00.001+00:002012-03-20T00:32:22.452+00:00Promover o PatrimónioHá formas simples de promover o Património, aproveitando as disponibilidades e o sentimento de orgulho de quem sente que o património faz parte da sua identidade. Percebo o medo dos roubos e dos vandalismos, mas há por aí tantos sítios que as pessoas gostariam de visitar e estão continuamente fechados! É frustrante ver as câmaras ou as regiões de turismo a gastar dinheiro na promoção e depois chega-se aos sítios e está tudo fechado. Bastaria por vezes dar apenas algumas benesses a voluntários reformados que se sentiriam mais úteis.<br />
<br />
Segue-se um exemplo interessante na vila do Redondo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-nRAjQRFM8I8/T2fLi4YSTgI/AAAAAAAACS8/TxKBwX6Im1I/s1600/valongo+049.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-nRAjQRFM8I8/T2fLi4YSTgI/AAAAAAAACS8/TxKBwX6Im1I/s400/valongo+049.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Kpbc7zbh0TE/T2fLrr1Tt4I/AAAAAAAACTE/OM4Ce5oDXgo/s1600/valongo+057.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-Kpbc7zbh0TE/T2fLrr1Tt4I/AAAAAAAACTE/OM4Ce5oDXgo/s400/valongo+057.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-8bGPThJepHU/T2fL0XWgTaI/AAAAAAAACTM/vwjvXblC6YQ/s1600/valongo+053.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-8bGPThJepHU/T2fL0XWgTaI/AAAAAAAACTM/vwjvXblC6YQ/s400/valongo+053.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">A porta da Ravessa</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-m77qihPEeXU/T2fL78vjfQI/AAAAAAAACTU/uxxsvMNb87o/s1600/valongo+052.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-m77qihPEeXU/T2fL78vjfQI/AAAAAAAACTU/uxxsvMNb87o/s400/valongo+052.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">As medidas da vila na Porta da Ravessa (a vara e o côvado).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ThhfQBphYwI/T2fP8xiwwcI/AAAAAAAACTc/q2bXaav4XC0/s1600/valongo+034.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-ThhfQBphYwI/T2fP8xiwwcI/AAAAAAAACTc/q2bXaav4XC0/s400/valongo+034.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Porta do Postigo</div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-37544923378770331322012-03-19T23:49:00.002+00:002012-03-19T23:56:56.186+00:00Castelo de Valongo, ÉvoraCastelo antiquissimo, medieval, pelo menos, com vestígios islâmicos, no Concelho de Évora, mas perto de Montoito.Em ruínas, fechado, porque o proprietário dos terrenos assim o decidiu, embora seja património. Simplesmente fechou uma estrada pública e de tempos imemoriais.<br />
Bem perto uma ermida em ruínas.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Pz_B9cLeiLI/T2fFACBbDdI/AAAAAAAACSU/FHSf6G_80yY/s1600/valongo+020.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-Pz_B9cLeiLI/T2fFACBbDdI/AAAAAAAACSU/FHSf6G_80yY/s400/valongo+020.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-8JcFmH_SiYQ/T2fHpBtdqiI/AAAAAAAACS0/xkGoM2wRuV0/s1600/valongo+024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-8JcFmH_SiYQ/T2fHpBtdqiI/AAAAAAAACS0/xkGoM2wRuV0/s400/valongo+024.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-LTrElY_SAzo/T2fE3X8nmEI/AAAAAAAACSM/5koaLSY3iTY/s1600/valongo+015.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-LTrElY_SAzo/T2fE3X8nmEI/AAAAAAAACSM/5koaLSY3iTY/s400/valongo+015.jpg" width="400" /></a></div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-71093489706441793352012-03-14T20:32:00.000+00:002012-03-14T20:32:39.547+00:00Sobre a Parque Escolar<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Acompanhei, enquanto me foi possível, algumas reuniões com a Parque Escolar, num projeto concreto, em algumas questões localizadas. De pormenores não falarei por uma questão ética. Continuo a crer, pela minha experiência, que houve sempre diálogo, apesar de nem sempre concordar e apesar de outras instituições terem interferido sem dar a cara, ou na presunção de que alguns mandam, sem que a outros possa ser dada a possibilidade de participação no processo. Essa é outra questão que não tem a ver com os técnicos desta empresa pública.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Há aspetos em que discordei desde início. Não compreendo como é que património do Estado passa para uma empresa, mesmo que seja empresa pública. No futuro se verá o que é que uma empresa fará com a propriedade que ganhou. Espero que nunca seja privatizada nem tenha que vender este património.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Há outros problemas que não se resumem às opiniões abalizadas dos técnicos. A arquitetura não é só um problema de arquitetos, a engenharia não é só um problema de engenheiros. Ou há de servir a sociedade ou então são obras sem utilidade. Os utentes têm uma palavra a dizer.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Há escolas que estavam degradadas, outras menos, a maior parte sim, e que não estavam preparadas para o mundo atual, pelo menos, se nós (portugueses) quisermos um ensino melhor e com uma perspetiva de futuro. Em termos de espaços, não poderíamos continuar apenas com escolas frias (ou quentes quando não podemos mais), com infiltrações, com salas apenas com ardósias ou coisas parecidas, e giz, com simulacros de bibliotecas, de laboratórios, ginásios etc. Se queremos que o país avance, se acreditamos que a educação promove o desenvolvimento temos que ter melhores estruturas físicas. Não podemos compararmo-nos com o miserabilismo terceiro-mundista e reacionário do Estado Novo e podemos almejar viver num mundo de cidadãos informados e participativos.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">No nosso país, por vezes, fazemos as melhores leis da Utopia. A Utopia continua a ser uma meta, mas quando se proclama antes de tempo, como se já feita, pode dar efeitos perversos. Fez-se uma lei sobre a qualidade do ar. Segundo o que ouvi numa reunião, a renovação seria de cerca de 60 m3 por pessoa por hora. Quem informou utilizou uma expressão semelhante a uma ventania permanente. Daí veio a ideia do AWAC, um sistema caríssimo, com gastos insustentáveis, mal implementado e agora parado em quase todas as escolas e com problemas não resolvidos, mas que se pagam, não apenas quando funcionam, mas quando param e se degradam.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Os equipamentos variaram conforme a época. Nos melhores tempos do PTE as escolas receberam, por exemplo, computadores novos quase à discrição. As que não estavam ainda em obras não receberam, prevendo-se que receberiam depois. Só que algumas ficaram a meio do tempo das “vacas gordas” e as que entraram no fim não recebem nada ou quase nada.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Agora é fácil usar toda a demagogia. Compreende-se, a custo, alguém, que sem informação nem responsabilidades, mande palpites. Mas um ministro, um matemático, um homem que há longos anos fala sobre educação, mesmo sem dados, já custa a acreditar que use uma linguagem que renega todos os valores e métodos que tantas vezes proclamou. E agora fica tudo parado, à espera até quando? Há que fazer cálculos</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Há que analisar se os custos programados foram sobre um determinado universo ou se esse universo aumentou, isto é, por exemplo, se o orçamento inicial incidia sobre um determinado número de escolas e com quantos alunos ou se o número de escolas aumentou e o número de alunos por escola aumentou também.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Há que falar de questões concretas e vermos o que é que queremos e que país poderemos ter. Emendar os erros e resolvê-los o mais depressa possível, porque o país não pode esperar e parar sem sentido algum.</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">Nota: sou um cidadão como outro qualquer. Nada tenho a ver com o anterior governo nem com este. Sou apenas um contribuinte sem alguma relação com empresas envolvidas.</div>João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-76239497947097059642012-01-25T22:53:00.001+00:002012-01-25T22:56:27.944+00:00Dos políticos, da demagogia, do humor e falta dele.<div style="text-align: justify;">De há uns dias para cá tem havido inúmeras respostas às declarações de Cavaco Silva sobre os seus rendimentos. Até há quem, secretamente escandalizado, mas sem se atrever a criticar a quem apoiou contra outros, ponha como contraponto, como se fosse argumento, o facto de a deputada Ana Drago ter ido ao Porto num automóvel da Assembleia da República e, escândalo, guiada por um motorista, para ir a uma escola falar com alunos participantes no programa “Parlamento dos Jovens”. Como se ela e os outros todos, não fossem deputados nacionais e impedidos de ir a qualquer lado do território português, e, falar com jovens, fosse um desperdício, num país em que a chamada sociedade civil ainda é tão passiva..</div><br />
Ora, qualquer um, qualquer cidadão, numa sociedade democrática tem o dever de “aguentar” o humor e a crítica dos outros. E responder também. De censura, seja aqui, antes ou agora (parece que escrever sobre Angola é difícil), seja na China inspiradora de tantos maoístas reciclados e alguns neófitos da economia neoliberal, Coreia do Norte ou Coreia do Sul (ocupada por um exército estrangeiro), na Síria, na Arábia Saudita (tão boa para os negócios, muito menos para as mulheres, estrangeiros, não fundamentalistas etc.), … de censura, repito, estamos fartos. De subserviências também. Ainda me lembro, e não quero que nunca mais se repita, as orações pelos “nossos governantes”, ou seja Salazar, Marcelo Caetano e outros, incluindo pides e censores, moralistas e carrascos do regime.<br />
<br />
Os políticos que nos representam têm que ter garantidas condições para exercer os cargos para que foram eleitos, sejam deputados, vereadores, presidentes de câmaras ou juntas de freguesia ou presidente da República. Mal seria sermos dirigidos por alguém que, com medo da censura dos lugares comuns, tivesse medo de exercer o cargo, como na história do velho, do rapaz e do burro.<br />
Mas enquanto se acusam os deputados em geral e os políticos em geral (esquecendo os que prevaricam e que deveriam ser isolados e entregues a uma justiça eficaz), esquecem-se (e muitas vezes propositadamente) os que, à conta do Estado, e sem que se saiba porquê, ganham dezenas de milhares por mês e muito mais benesses do que sonhamos. O grande problema é esses que nos fazem pagar as contas. Quem é que acredita que alguém que, quando fala na televisão só diz asneiras, pode ter sido escolhido pelo seu mérito, pelo governo, ainda reclamado de revolucionário, da República Popular da China? Será que pensam que os portugueses não pensam e que os chineses são parvos e não têm uma estratégia a longo prazo que inclui como tática usar peões fantoches? Ou outros, que também não se percebe porquê, nem que qualidades de gestão têm, que dirigem o maior projeto de irrigação de Portugal? Ou, pior ainda, tantos, que entram para o governo e saem para dirigir empresas e voltam despudoradamente, arrecadando sempre mais. O caso do BPN, o mais gritante, já deveria ter servido de lição, já que estamos a pagar e bem. Mas continua-se, apesar das promessas moralistas de quando se estava na oposição a nomear gente do partido do poder ou outros que sempre se fizeram a ele, mudando de camisola quando necessário.<br />
<br />
Que Cavaco ganhe 1300 euros de reforma como professor, acredito ainda na sua palavra, acho pouco e deveria explicar porquê, já que falou do assunto. O mal é que se armou em vítima, esquecendo todos os outros rendimentos, como a reforma do Banco de Portugal, reformas dessa, algumas, que são muito mais escandalosas do que o vencimento de um Presidente da República ou um deputado. O que também está mal é que nunca quis explicar por que é que teve lucros excessivos com ações do BPN e ainda se ofendeu. O que está mal é porque nunca quis explicar que alguns dos ministros e secretários de estado do seu governo e partido tenham enriquecido tão subitamente, e continuem, mesmo que as contas com a Justiça, alguns. Não só não respondeu, como na noite em que ganhou as eleições, ao contrário de todos os anteriores presidentes da república eleitos, mostrou-se zangado, não disse que era presidente de todos os portugueses e mostrou desejos de ajustar contas com adversários. Falta de humor, calado quando deveria ter falado, prolixo em frases quase de mexerico, quando deveria ter mais respeito pelos que estão a sofrer a recessão e perda de direitos que tantos sacrifícios custaram ao longo de gerações!<br />
Quer respeito? Dê-se ao respeito e ria-se de vez em quando.<br />
Mas ... passemos há frente da discussão sobre os rendimentos de Cavaco, que há outros problemas muito maiores, de que também ele deveria falar.João F.B.R. Simashttp://www.blogger.com/profile/14983066445696004654noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1761393330182500674.post-38867332025606141472012-01-11T15:26:00.005+00:002012-01-13T12:54:53.849+00:00Sobre a maçonaria<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" flashvars="file=http://rd3.videos.sapo.pt/wdKHO8dNhe6KhJNUt1y7/mov/1&type=video&image=http://sicnoticias.sapo.pt/programas/jornaldas9/article1235249.ece/ALTERNATES/w570/1037806_2.png&skin=http://sicnoticias.sapo.pt/skins/sicnot/gfx/jwplayer/sic_noticias.xml&autostart=false&repeat=list&bufferlength=3&controlbar=over" height="428" id="player" name="player" quality="high" src="http://sicnoticias.sapo.pt/skins/sicnot/gfx/jwplayer/player.swf" type="application/x-shockwave-flash" width="570" wmode="transparent"></embed><br />
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