quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sexta-feira discute-se o acordo ortográfico na Assembleia da República

No tempo em que a minha mãi andava a aprender as primeiras letras já se escrevia freqüentemente lingüiça assim. E no tempo do pae do meu pai e antes d'elle, ninguém sabia quasi nada sôbre ortographia e as pessoas mais esclarecidas naquella epocha iam à pharmacia do Archiminio saber novidades e comprar hervas aromáticas como hontem. Nesse tempo ninguém duvidava que cagados eram bichos. Êste pretenso ensaio quasi intuïtivo nada tem a ver com philosofia nem é fructo de nenhum nihilismo, nem se trata de escrever palavras estranjeiras nem ofender qualquer Majestade. Já vivi n'aquelas terras que dantes se chamavam Arrayolos e Souzel e não foi por mudarem as lettras que as pessoas ficaram mais ou menos dotadas de intrucção ou idéias. Nem aquellas Nymphas do Ceo desfalleceram com estas cousas, atravez dos tempos imemoriaes. Incansàvelmente continua-se a misturar a descripção da língua com a norma. O que aqui escrevi não foi nada contra o c mudo nem pretendi contar uma anedocta ou falar de saüdades.

Não escrevi à moda brasileira e, salvo erro, não cometi erros. Apenas misturei palavras como se usaram (escritas) em diferentes décadas do século XX.
Por isso é de espantar quando se apela à tradição e ao genuíno português de Portugal. A tradição começa onde? Olhem que em 1973 também houve mudanças com os acentos agudos. Será a partir daí que a escrita portuguesa se fixou "ad aeternum" ?

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