Pensa o senhor primeiro-ministro e a senhora ministra da Educação que tudo está resolvido nas escolas?
O ministério da Educação continua a meter os pés pelas mãos em relação à avaliação dos professores. Os prazos mudam quando calha, as exigências são cada vez maiores, as tarefas inúmeras.
Trataram e continuam a tratar os professores como serviçais e como incapazes de ler e reflectir, coisas inerentes à profissão. Conseguiram fazer com que a maioria verificasse que tem a carreira bloqueada durante muitos anos e que ninguém ganhasse com este novo estatuto. Aumentaram os horários de trabalho a todos, as burocracias inúteis. Promovem-se agora os que inventam grelhas exaustivas, os portefólios de imensas páginas e separadores, em que os professores têm que estar sempre disponíveis e a dizer Amém, em qualquer dia do ano, seja aos domingos e dias santos, seja de manhã ou à noite, porque as reuniões, as planificações, os planos, os planos que hão-de vir, os planos para recuperação dos alunos faltosos, as avaliações extraordinárias e contínuas para estes, o ter que provar tudo, o instilar da culpa pelo abandono e pelos resultados, o mostrar tudo a todos os que vão detractando toda a a actividade docente, o ter que andar a provar tudo o que se faz, o fazer objectivos individuais cada um à sua maneira, a incongruência das medidas ...
Há que preparar aulas e dar aulas, não é? E há que dormir de vez em quando. Não se pode condenar uma classe inteira a tomar xanax até à habituação.
Acho que isto vai rebentar outra vez. E quando se começa um processo, em que quem está encurralado não tem outra saída senão revoltar-se, nunca se sabe onde isto vai acabar.
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