domingo, 9 de março de 2008

Não só a banda. Com algum desencanto mas com esperança.

Mas nem tudo vai ficar no seu canto.

A Banda, de Chico Buarque
Estava à toa na vida, o meu amor me chamou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor

A minha gente sofrida, despediu-se da dor

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor


O homem sério que contava dinheiro, parou

O faroleiro que contava vantagens, parou

A namorada que contava as estrelas,

Parou para ver, ouvir e dar passagem


A moça triste que vivia calada, sorriu

A rosa triste que vivia fechada, se abriu

A meninada toda se assanhou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor


O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou

Qu'inda era moço pra sair no terraço e dançou

A moça feia debruçou na janela

Pensando que a banda tocava pra ela


A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu

A lua cheia que vivia escondida, surgiu

Minha cidade toda se enfeitou

Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor


Mas para meu desencanto, o que era doce acabou

Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou

E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor

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