segunda-feira, 17 de março de 2008

"In taberna quando sumus ..." (Cancioneiro de Carmina Burana).

Ontem, fiquei "meio estarrecido" com uma pseudo-crónica na Rádio Diana. Não vou citar quem a fez para não promover esse tipo de pessoas. Mas, para quem quiser consultar basta ir ao sítio desta rádio e ouvir o "comentarista". É, por estas e por outras, que é preciso apostar num ensino de qualidade, para que daqui a alguns anos diminua o número de indivíduos que mandam palpites ofendendo tudo o que está à volta, na tentativa (vã) de se autopromoverem, sem fazerem o trabalho de casa.
Sou contra censuras. Mas a Rádio Diana poderia ter mais atenção em relação a estas coisas.

Extracto da mensagem que enviei à Rádio citada.

Exmos. senhores.

Gostaria de receber uma resposta sobre o assunto que passarei a referir.

Ouvi ontem uma crónica do senhor (...) que desconheço quem seja.
Fiquei impressionado com algumas afirmações feitas. Afirma que dantes é que havia professores com vocação etc. Como refere, no início, diz que tem mais de 50 anos. Presumo, portanto, que se está a referir à época anterior ao 25 de Abril, em que havia censura e prisões, em que os professores como todos os funcionários do estado tinham que assinar uma declaração em que se “repudiava activamente o comunismo”, na lata acepção que o regime dava a isso.
Uma época, em que os liceus referidos apenas recebiam uma percentagem mínima de jovens. Os outros iam trabalhar desde cedo.
O senhor (...) não gosta também de manifestações de professores. Felizmente que o direito à manifestação foi produto de uma longa conquista e que é um direito incontestável em democracia.
Como também tem o direito de ter saudades do antigamente. Até aqui cada um pode escolher e expressar as ideias de que mais gosta.
Como não o conheço, gostava de saber em que estudos se baseou e qual a sua experiência no ensino, bem como as suas habilitações relacionadas com o assunto em causa. Porque neste comentário não encontrei argumentos nem qualquer sustentação em relação à opinião emitida.
O que ouvi foi uma acusação generalizada em que diz que o Ensino “acolhe todo o tipo de pessoas incompetentes”. Diga-me senhor (...), quantos são os incompetentes e são incompetentes em que aspectos. Como prova isso? Diz também que se trata de uma “geração rasca”. Aqui parece-me que não há qualquer conceito minimamente definível. Deduzo então que não passa de uma ofensa generalizada a dezenas de milhares de profissionais.
E isso deve ser explicado sob pena de ser considerado como alguém que provoca e ofende sem qualquer consideração pela dignidade profissional e pessoal dos outros. Não explicando, as acusações que fez são-lhe muito naturalmente devolvidas.

Para que não haja desculpas nem críticas “no ar” aos anónimos, declaro que não o sou e aqui vão as referências:
Com os melhores cumprimentos.

João Francisco Baeta Rebocho Simas
(...)

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