quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A pressa e a bandalhice

Em um aspecto concordo com a ministra, o tal treinador de futebol e "os gatos fedorentos", sobretudo com estes.

O que é preciso é manter a tranquilidade.

O processo de avaliação dos professores, a futura gestão das escolas e o estatuto do aluno envolvem processos impossíveis de realizar nos prazos e nos termos que o Ministério quer.
Falta sempre qualquer coisa e depois vêm esclarecimentos dúbios e outros não assinados, alguns que contrariam a legislação anterior.
Não se vislumbra clareza. E depois, como não bastasse até vemos escolas a trabalhar afanosamente em fichas e processos, sem nunca terem sido avaliadas, que ainda vão mais longe do que o Ministério quer.
Quer? Mas eles sabem o que querem?
Pressuponho que sejam inteligentes, medianamente pelo menos. E se o são, o que se espera é que se vá abandalhar o que ainda há de bom e, mantendo o pressuposto, suponho que o Ministério vai contentar-se com uma avaliação de faz de conta, numa gestão em que os intervenientes no Conselho Geral pensam que têm poderes mas não os têm, num estatuto do aluno que vai permitir tudo o que já permitia, aliás, tudo numa tradição de faz de conta já bem antiga no nosso país.
O que é que isto vai dar?

O Ministério conhece o país? Estudou e publicou as análises sobre a realidade em cada escola, relacionou a situação sócio-cultural das famílias com os resultados escolares, sabe o que são bons ou maus resultados em determinadas disciplinas ou áreas que nunca tiveram avaliação externa, por exemplo Área de Projecto, avaliou todas as escolas, avaliou alguém a gestão de todas as escolas ...?

Os avaliadores foram avaliados previamente? Os inspectores que vão avaliar os coordenadores foram avaliados, os directores foram avaliados?
E se se chegar à conclusão que alguns dos avaliadores poderão ter uma classificação negativa? Será que se vai por em causa a avaliação efectuada por esses?

Com tudo isto o que resta? Também as quotas.
E então poderemos assistir a situações destas: é melhor avaliar este por baixo porque senão pode passar-me à frente, ou avaliar melhor este porque quem me avaliou acha que este é mais de confiança ou então dar boa nota a fulano porque "coitadinho" deveria passar e o outro, apesar de melhor já não progride.

Por que é que em vez de ser só um avaliador para um aspecto (por exemplo, assistência a aulas) não se criou um jurí, até com alguém externo à escola.
E é preciso avaliar todos os anos todos os professores?

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