sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O cheque em branco do PSD e a pouca credibilidade perdida.


Bordalo Pinheiro

Afinal o PSD e o PS são bons amigos. Já se sabia: tomaram conta do aparelho de estado há muito, rodam nos lugares de nomeação política, das empresas públicas, sucedem-se nos escândalos da apropriação deste capitalismo português, em que raramente se percebe ou distingue se é o Estado que manda nas empresas ou se são as empresas que mandam no Estado.

O PSD na última legislatura votou pela suspensão do processo de avaliação dos professores. Sucessivamente questionado durante a campanha eleitoral sempre declarou que iria apresentar uma proposta de suspensão ou votaria nas propostas de outros partidos que propusessem a suspensão.

Agora limitou-se a trair as próprias palavras juradas e votou com o partido do governo, dando-lhe um prazo de um mês. Votou na farsa desacreditada da avaliação e passou um cheque em branco, como se o PS desse garantias de cumprir.

Afinal voltou ao que era. Quando o estatuto dos professores foi publicado não dizia nada, quando foi publicada a avaliação também não; eram os tempos em que Manuela Ferreira Leite não falava.
Quando começou a ver grandes manifestações, então acordou e vá de prometer.

Agora que já tem os votos volta àquilo que  foi e que no fundo queria: fazer a mesma política que o PS.

Quando não há ideologia, quando não há princípios, é assim!
Tristes figuras!

3 comentários:

José Manuel Chorão disse...

Porque te surpreendes ?
Há décadas que é a mesma coisa: entre o P"S" e o PSD, nem a cor das gravatas muda; a (falta de) ideologia é a mesma; não passam - os dois partidos - de um bando de oportunistas cujo objectivo é o saque do Estado.
Se estivessem todos (os homens e as mulheres que compõem estes partidos) no mesmo partido, às tantas as pessoas fartavam-se e começavam a querer algo diferente.
Não, eles são mais espertos que isso; dividiram-se em dois aparentemente diferentes partidos; a (falta de) ideologia é a mesma, a porcaria é a mesma; mas, assim, vão alternando no poder e criando a ilusão, no eleitorado, de que um é alternativa ao outro.
Nas alturas de aperto um socorre o outro; sempre assim foi, porque é que te surpreendes ?
Triste povo de iludidos. Não passamos de um bando de ovelhinhas a ser tosquiadas até ao osso por estes bandidos organizados. Há partidos diferentes, claro que há; mas a esses nunca os portugueses deram qualquer oportunidade de governar. Porquê ? Estupidez massiva ou algo pior ?

João F.B.R. Simas disse...

Não me surpreendo totalmente. O que me surpreende ainda é o descaramento de mudar de posição e o facto de não haver ao menos alguns deputados do PSD a ter uma posição coerente com o que prometeram.

Carlos Pires disse...

A posição do PSD é de facto estranha (pois nem sequer ganham nada com aquilo: se o governo se entender com os sindicatos ninguém se lembrará do papel do PSD de dar os 30 dias).
Mas agora veremos o que os sindicatos propõem. Pelo menos no que diz respeito à avaliação estou muito pessimista. Depois destes meses todos de críticas ao péssimo modelo que o anterior governo tentou impor, os sindicatos não conseguiram apresentar ideias alternativas - não conseguiram mostrar às pessoas o que seria um modelo justo de avaliação. A explicação é simples: os sindicatos são contra qualquer forma de avaliação a sério mesmo que justa.