Legenda:O Rei Dom Carlos, a rainha D. Amélia e infante D. Manuel no regresso de uma viagem de Paris. in http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt
Fez cem anos no dia 1 de Fevereiro que se deu o regicídio.
Faz sentido ainda discutir o regime?
D. Carlos já quase não tinha apoios, os partidos monárquicos do rotativismo tinham sido afastados do poder e alguns dos dirigentes detestavam o rei, os republicanos tentavam a conquista do poder. A monarquia sobreviveu ainda cerca de dois anos e em 5 de Outubro caíu quase sem resitência. A alegoria da República em baixo, mostra cenas do 5 de Outubro, com alguns esporádicos tiros e alguns civis com fraca preparação militar a apoiar as tropas sublevadas. O resto do país aceitou a República através de telegramas enviados de Lisboa, com muita indiferença pelo meio. D. Manuel II foi exilado para Inglaterra, onde se manteve apenas com meia dúzia de amigos. Também muitos monárquicos o achavam pouco capaz, demasiado respeitador dos regimes parlamentaristas; o ideal de muitos era ainda o regime autoritário de D. Miguel.
Escrevia D. Carlos a João Franco em 6-XII-1906:
Governe-se com o parlamento, é esse o meu maior desejo, mas para isso é necessário que ele também faça alguma coisa. É preciso obras e não palavras.
E em 6-VIII-1906:
Quanto a eleições, sou da tua opinião por completo. Tudo depende da gente séria e pacata se incomodar; se assim for, terá o governo uma manifestação que bem útil será ao nosso prosseguir; mas, seja como for e suceda o que suceder, temos que caminhar para diante, ainda que a luta seja rude e áspera (e espero-a) porque aqui mais do que nunca, parar é morrer, e eu não quero morrer assim ... nem tu!
Parece que adivinhava os acontecimentos. E percebia que não tinha grande apoios.
Parece que adivinhava os acontecimentos. E percebia que não tinha grande apoios.
Um século depois também há ainda muita gente séria e pacata que pouco se incomoda e um parlamento pacato e pouco dado a obras.
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