...a maior cheia conhecida foi a de 1876, que em Mértola inundou a praça, a mais de 25 m do nível médio do rio, onde subsiste uma lápide no actual tribunal (antigo edifício dos Paços do Concelho) e que reza assim: “Aqui mesmo chegou/ a enchente diluvial/ do Guadiana/ na terrível noite de/ sete de Dezembro de 1876.”Em Dezembro de 1907 o Mertolense, semanário progressista recorda ainda esta cheia:
O tempo estava bom, não obstante nos dias anteriores ter chovido alguma coisa, mas pouco.
(...)
Pelas 8 horas da noite o rio chegava apenas ao quartel que os soldados da guarda fiscal teem edificado ao pé do porto de desembarque (...) d’ahi a poucas horas havia galgado a grande muralha que cerca a villa, fazendo da rua D. Pedro V um canal e da praça Luiz de Camões um lago!
Na margem esquerda as casas cahiam pelos alicerces, e, ás vezes ― suprema força da natureza ― as paredes arrancadas inteiras redemoinhavam e afastavam-se boiando na corrente como se fossem simples bocados de cortiça (...)
Horrivel, tenebrosa, inolvidavel noite.[1]
[1] O Mertolense, 15 Dez 1907
O tempo estava bom, não obstante nos dias anteriores ter chovido alguma coisa, mas pouco.
(...)
Pelas 8 horas da noite o rio chegava apenas ao quartel que os soldados da guarda fiscal teem edificado ao pé do porto de desembarque (...) d’ahi a poucas horas havia galgado a grande muralha que cerca a villa, fazendo da rua D. Pedro V um canal e da praça Luiz de Camões um lago!
Na margem esquerda as casas cahiam pelos alicerces, e, ás vezes ― suprema força da natureza ― as paredes arrancadas inteiras redemoinhavam e afastavam-se boiando na corrente como se fossem simples bocados de cortiça (...)
Horrivel, tenebrosa, inolvidavel noite.[1]
[1] O Mertolense, 15 Dez 1907
in SIMAS, João Francisco Baeta Rebocho. O Rio e os Homens: a comunidade ribeirinha de Mértola, Mértola, Câmara Municipal de Mértola, 2007, pág. 16
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