Em jovem, não gostava da Botânica que aprendia no liceu, isto é, num colégio sem condições, em que teríamos que decorar tudo, sem imagens nem plantas, para fazer os exames do antigo 5º ano do liceu. Apesar de viver num mundo rural, onde a conversa era sobre a agricultura e o tempo e o tempo da agricultura, a Botânica era um livro que deveríamos saber de cor e eu, apesar das descomposturas, não tinha paciência para isso. Não se punha o problema da motivação, essa palavra era desconhecida de todos, principalmente para os sujeitos a exames. Não motivados, eram na altura os preguiçosos. Não se discutia a Pátria, nem a Família, nem a Autoridade, quanto mais a motivação. Isso era assunto resolvido com castigos, incluindo chapadas e reguadas.
No lugar do limoeiro doce perdido, de que já não tinha esperanças de encontrar algum, plantei uma alfarrobeira (à esquerda). Quem ma deu, num vaso, foi o tio Pedro Simões, homem de muitas aventuras pelo Rio Guadiana e também de muitos filhos. Plantei-a porque recordava também o Algarve da minha mãe.
Do lado direito, tenho um luxuriante jacarandá, em homenagem ao Brasil, uma palmeira, sonho de infância e outras que o meu avô plantou ou deixou ficar, laranjeiras, tangerineira, romanzeira ...
Ao fundo o pátio, essa herança mediterrânea que nos permite uma sala de jantar e de conversa ao ar livre, com o clima amenizado.
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Um comentário:
À sombra destas árvores já passámos algumas tardes bem agradáveis, estendidos nas redes, vendo os nossos filhos divertirem-se, enquanto digeríamos lentamente, como convém, os excelentes petiscos da Cesaltina...
Obrigada por manteres este recanto de calma alentejana e deixares que o partilhemos convosco.
Um abraço
Élia Mira
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