Lápide em memória dos trovadores e da viscondessa Ermengarda em Narbonne.
Foi uma cultura florescente na Idade Média, no Sul da actual França. Trovadores cantavam às suas amadas, as suas amadas faziam também poesias. As cruzadas contra os cátaros destruiram esta maneira diferente de estar na Idade Média. Analfabetos guerreiros e fundamentalistas aniquilaram condados onde se fazia poesia e se discutiam ideias, entre o Norte, de "bárbaros" recém-cristianizados e a Hispania (Península Ibérica) das Três Culturas (cristã, judaica e muçulmana).
A placa homenageia em occitano os "Filhs glorios", os filhos gloriosos de "Narbona La Onrada".
Lembremos um poeta português, o rei D. Dinis que no século XIII prestava homenagem a esta literatura trovadoresca (prouençal/provençal) do Sul de França e às mulheres formosas, cultas e bem dispostas.
Nota: em português arcaico senhora escreve-se senhor.
Quer' eu en maneira de prouençal
fazer agora um cantar de amor
e querrey muit' i loar mha senhor,
a que prez nem formosura non fal,
ne bondade, e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de ben
que mais que todalas do mundo ual.
Ca mha senhor quis Deus fazer tal
quando a fez, que a fez sabedor
de todo o b~e e de mui grã valor;
E cõ tod' esto é mui comunal,
ali hu deve; er deu-lhe bõ sen
e des y nõ lhi fez pouco de ben,
quando nõ quis que lh' outra foss' igual.
Ca en mha senhor n~uca Deus pos mal,
mays pos hi prez e beldad' e looor
e falar mui b~e e rijr melhor
que outra mulher; des i é leal
muyt' e por esto nõ sei hoi' eu qu~e
possa compridam~ete no seu b~e
falar, ca nõ á, trá lo seu ben, al.
D. Dinis
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