O problema da Educação não diz apenas respeito aos professores. Mas dizer ou fazer, como a anterior ministra (agora presidente da fundação Luso-Americana, sabe-se lá porquê), que os professores se devem submeter a tudo, é uma falta de respeito e um desprezo pelos direitos dos profissionais, em especial pela liberdade de ensino, sem a qual não há liberdade de pensamento. Os professores são parte da solução.
Outros, que malharam, fugiram para Bruxelas e deixaram de falar no assunto. Ninguém lhes reconheceu a especialidade, mas arrogaram-se no direito de vilipendiar toda uma classe, confundindo propositadamente e em detrimento das qualidades intelectuais que deveriam ter, os conceitos de classe e corporação. Fantasmas de percursos mal digeridos!
A opinião pública que demagogicamente tinha sido manipulada, numa primeira fase ficou atordoada, depois começou alguma solidariedade e compreensão. Ultimamente os principais problemas teriam que começar a ser resolvidos, até porque todos começavam a estar cansados.
Até os próprios professores. Se em 2009 houve manifestações de mais de 120 000, houve também muitos que entregaram os objectivos, contemporizando com o sistema, por vezes pressionados directamente. Algumas dezenas de milhares resistiram, mas espero que não sejam os que acalmaram antes que venham agora criticar quem negociou.
Houve cedências de parte a parte, mas também se provou que os professores não recusavam a avaliação.
Está tudo resolvido? Não.
Recomecemos a discutir. É do interesse do país.