Estremoz foi sempre um importante centro militar. Aliás, e sem ter provas fidedignas, creio que o próprio nome da cidade relaciona-se com uma fronteira que já existiu na Idade Média, tal como a Estremadura portuguesa ou a Extremadura espanhola (leonesa) ou até como a vila de Fronteira, relativamente perto. A história dos tremoços que até aparecem no brasão não me convence.
Durante a Restauração foi um importante centro militar e assim continuou até ao século XIX e ainda hoje possui um regimento de cavalaria, os Dragões de Olivença (para o Alentejo e Algarve já só existem os regimentos de Estremoz, Vendas Novas e Beja).
Perto de Estremoz deram-se algumas das grandes batalhas da quase interminável guerra da Restauração, após 1640: Ameixial, Montes Claros (muito próximas) e Linhas de Elvas.
A par de Elvas, Almeida, Valença e muitas outras (Olivença, Évora, Campo Maior etc.) as fortificações do século XVII marcam tempos difíceis para o Alentejo e outras zonas raianas.
Se somos independentes, o que hoje não sei se é um valor importante, devemos pensar em todo o esforço militar, popular e até aristocrático e também da comunidade judaica portuguesa de Amesterdão e de outras partes, que permitiu uma longa guerra pela independência de 1640 a 1668 e mais as que se seguiram. E as fomes e despovoamentos das guerras.
Aos catalães também a devemos. Revoltaram-se também em 1640, a revolta de "Els Segadors", os ceifeiros que a partir de Barcelona começaram os motins contra a monarquia dos Habsburgos (filipina) e pela recuperação do antigo reino "federal" de Aragão (e da Catalunha, Valência, Baleares, Sicília, ilhas gregas ...) e que permitiram que os portugueses se organizassem enquanto o multinacional exército espanhol lutava em várias frentes. D. Francisco Manoel de Mello, melhor que ninguém na época, relata essa situação.
Em cima, dominante, a torre dionisina, em mármore, eleva-se na paisagem, contra os mouros que poderiam regressar, contra leoneses e castelhanos que estavam interessados em mandar nestas terras.
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