Continua-se a discutir o acordo ortográfico. Há quase 20 anos, depois de dezenas de anos. Confunde-se ortografia com ortofonia. Felizmente os falantes de português não falam sempre da mesma maneira. Felizmente não temos uma ASAE da língua portuguesa. Felizmente não estamos numa situação colonial. As pronúncias variam e, para mim, dá-me um certo gozo ouvir pronúncias divergentes, como a(s) pronúncia(as)alentejana(as),algarvia(as) beirã(as), açoriana, (as) angolana(as), brasileira(as), moçambicana(as) e … galega(as).
É a unidade na diversidade. E entendemo-nos, sobretudo quando queremos, falamos e escrevemos.
Deixemo-nos de tretas. Qualquer português percebe que um brasileiro fala e escreve em português, qualquer brasileiro percebe que um português ou um angolano falam na mesma língua.
A ortografia variou ao longo dos tempos. Até ao século XX não havia normas legais mas convenções mais ou menos assumidas. E digo, mais ou menos, porque até é possível encontrar divergência no texto de um mesmo autor.
Em 1911 a República Portuguesa decidiu novas normas sem perguntar nada aos brasileiros. Pensava-se que, por decreto, se modernizava o país, mudando a moeda, a bandeira, o hino e tudo o que simbolizava um passado retrógrado. Em nome do progresso e com boas intenções.
Fizeram-se posteriormente acordos, aprovados e não ratificados, no Brasil em 1945. Depois outras pequenas mudanças.
Começa a ser hora de decidir.
A questão que se põe é: como nos entendemos? Ou como nos provincianizamos ou nos universalizamos?
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