terça-feira, 8 de setembro de 2009

Úma praça à maneira de Espanha




Falar de Espanha no século XVII pode ser quase um anacronismo. O rei, até 1640, era rei de Castela e Leão, com as suas conquistas, de Aragão, com a Catalunha, Valência, Sicília etc., etc., Países Baixos etc., etc. e Portugal com as suas conquistas. Cada Reino tinha as suas leis e dentro destes havia foros e privilégios locais, cada um tinha a sua língua, moeda etc.

Mas há tentivas de unificação: com a Inquisição em primeiro lugar. Mais tarde os meios seriam mais drásticos, o que levou à revolta da Catalunha em 1640 e à de Portugal no mesmo ano.

Outras mais subtis mas não menos importantes, como o urbanismo, que afinal nos molda também.
As praças portuguesas são geralmente confluências de ruas. As espanholas, impostas por um poder unificador (veja-se Salamanca, Madrid ou Córdova) são praças impostas num meio urbano já preexistente, propositadamente feitas para grandes espectáculos e encontros (não é que as portuguesas não o fossem, mas são mais "naturais " ou "orgânicas".
Em Campo Maior há uma praça diferente das outras, de raiz, quadrangular, à maneira espanhola.
Tudo menos por acaso. Veja-se a data da fundação: 1618, no tempo de Filipe II de Portugal, III de Espanha. Mesmo com juiz e vereadores portugueses, conforme o estabelecido nas Cortes de Tomar.
Mas, apesar do urbanismo, a arquitectura ainda é portuguesa. Temos também que ter em conta que Campo Maior era um espaço militar, o que se provou claramente com a Restauração e outras guerras.

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