segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A TVI

Em fim de estação e princípio de campanha eleitoral temos o caso Manuela Moura Guedes, cujo nome oficial até nem é bem esse.
Não aprecio o estilo de Manuela M. G. Está entre as coisas que mais detesto na televisão: a provocação gratuita, a falta de ideias, a falta de respeito para com o interlocutor, com interrupções de frases, as formas de levar as pessoas a dizerem coisas que não tinham pensado etc.. A personagem não é certamente uma vítima, mas houve mais uma intromissão quotidiana do poder económico. Não creio sequer que o governo tenha entrado nisso. Até pode ter entrado dada a misturada. Mas sem outras provas não vale a pena entrar em teorias da conspiração à maneira do jogo da Manuela.
O que sei, é que raramente consigo ver a TVI, sobretudo porque quase nada aí me interessa. Há mais coisas que ver e fazer do que ver e ouvir banalidades a toda a hora. Mas como cidadão e também em nome da liberdade de expressão que há muito não existe na TVI, gostaria que o espaço público fosse um pouco melhor. Terei que ser obrigado eternamente a prescindir de canais que ocupam o espaço público e a pagar para ver outros? E as taxas de televisão e os impostos servem para quê?

O que me interesse neste momento são duas coisas. Uma, o facto de as ondas hertezianas serem limitadas e, portanto, ocupam o espaço público que poderia ser ocupado por outros. Ao ocuparem o espaço público há também limites e o principal é o respeito pelo contrato e a observação da lei, da liberdade de expressão e dos outros direitos da Constituição. Como noutros espaços públicos não se pode só fazer o que se quer.
Ora recordemos como foi licenciada a TVI. Depois de muita polémica, muita sermões e invectivas em altares e noutros grupos de pressão, a TVI foi licenciada, tendo em conta a Concordata, como televisão de inspiração cristã, “ipsis verbis”. Mobilizaram-se as igrejas, as Misericórdias, seminários etc. para comprar acções da TVI. Depois não aguentaram e venderam a televisão de inspiração cristã.

E agora? Há que pedir responsabilidades

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