Todos os dias recebo grelhas sobre a avaliação dos professores. Já estou um pouco farto! Para quê esta excitação? A ministra e o primeiro-ministro que manda nela já fizeram o essencial em relação aos professores: estabeleceram-se duas carreiras e impediu-se que a maior parte subissem de acordo com o estatuto que tinham e a expectativa de há muitos anos, o que, diga-se de passagem, continua a pôr em causa a boa fé do estado, aumentaram-se os horários, mandou-se gente para o desemprego, reduziram-se os custos.
Agora, o que interessa ao governo são os resultados escolares e a diminuição do abandono. E pouco mais. Ou antes, que as quotas sejam cumpridas, que administrativamente haja uns muito bons e uns raros excelentes, para que só possam progredir uns tantos. De resto, e agora que nos vamos aproximando de eleições, até convém que quase todos tenham a classificação de bom. Fica bem até num estado que gosta de se apresentar como paternalista. Nem conviria a ninguém que houvesse muitas classificações negativas. Portanto, cuidado com as grelhas, que não se arranje lenha para queimar inutilmente ou promover alguns esclarecidos de última hora.
Por isso, custa a perceber-se porque é que em algumas escolas se anda num tremendo afã em relação a objectivos e grelhas. Há mais que fazer, há que dar aulas, ler uns livros, fazer reuniões curtas e eficazes e deixar as burocracias para quem as inventou, baixar a velocidade em relação a tarefas inúteis e perguntar aos burocratas e aos seguidistas o porquê das coisas. Até porque no regime democrático quem manda é também obrigado a responder e a explicar.
E… já agora. Que não se vote nestes nem à direita. Há sempre alternativas.
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Um comentário:
Gostaria de:
a) te dar os parabens pela escrita clara e lúcida; pena é que vão sendo tão raras, entre os professores, tais manifestações de bom senso e inteligência.Houvesse muitos como tu e os professores não estariam a passar pela merda que estão.
b) subscrever na íntegra as tuas afirmações.
Um abraço
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