Churchil, conservador e aristocrata, mas defensor da soberania e do parlamento, proclamava, ao contrário de outros do seu partido, mas subservientes perante a crença de que não podia haver alternativas:
I say to the House as I said to ministers who have joined this government, I have nothing to offer but blood, toil, tears, and sweat. We have before us an ordeal of the most grievous kind. We have before us many, many months of struggle and suffering.
Não hesitou sequer em parafrasear Garibaldi, republicano e radical, detestado pela Igreja ultramontana e por tantos conservadores e, sobretudo, reacionários (o que é diferente de ser conservador):
Chi vuole continuare la guerra contro lo straniero, venga con me. Non offro ne paga, né quartiere, né provvigioni. Offro fame, sete, marce forzate, battaglie e morte. Chi ama la patria, mi segua.
Os povos, em épocas de crise, precisam de políticos, nunca de salvadores medíocres, como já houve, daqueles que só faziam contas de mercearia, mas de políticos que preservem valores democráticos, que lutem pelos direitos e deveres, pelas culturas dos povos que eles representam, pela soberania dos povos e com os povos, com a participação dos cidadãos, que não podem nem devem desistir, gente que incentive, que diga que é possível melhorar as coisas.
O que vemos? Desculpas e desistência! O PSD está juntamente com o CDS no governo há seis meses, mas participou na aprovação dos anteriores orçamentos, do anterior governo, absteve-se sempre viabilizando; aprovou os acordos com a troika e está no governo há seis meses, fazendo até mais do que lhe é exigido, cortando muito mais do que não prometeu e do que verberava.
Para quê? Para dizer aos jovens que emigrem? Para prometer aos mercados confiança, destruindo toda a confiança que os cidadãos portugueses poderiam ter nos que os elegeram?
Porque se a confiança é um valor sacrossanto, ela também deve ser assumida, e em primeiro lugar perante os cidadãos, os eleitores. Que confiança pode ter alguém que já viu reduções no vencimento, ainda no tempo do outro governo do PS, mas com o aval do PSD (PSD/CDS, embora não se perceba o que entendem por social-democracia e pela tradição socialista e social-democrata europeia) e do CDS. Que confiança pode ter alguém que tem despesas continuadas, com casa, com os filhos … porque confiou no Estado, por definição uma pessoa de bem, e não alguém de má fé que muda as regras constantemente e sem aviso razoável?
Os que prometiam tanto, sabendo que era mentira, agora o que fazem: novos cortes nos vencimentos, nos subsídios de férias e Natal (tão católicos e desejadores de boas festas!) sobretudo nos que trabalham para o Estado, criando cidadãos de primeira e segunda, cortes nos serviços essenciais do Estado, Educação e Saúde, cortes nas pensões dos que acreditaram durante dezenas de anos, aumentos de impostos… e ameaças de que pode vir mais.
Subservientes, não têm nem dão um mínimo de esperança nem promovem trabalho. Mandam os portugueses emigrar, como se estes não soubessem o que é isso há mais de quinhentos anos.
Sr. Primeiro-Ministro, dê o exemplo, vá também para Angola que já conhece, onde diz que foi feliz na sua meninice, vá de avião na TAP que vai vender, ou nos submarinos que o seu ministro comprou e cujos corruptores já foram julgados na sua querida Alemanha, passe por Cabo Verde para visitar amigos e leve o BPN. Seja feliz como na sua infância que nós havemos de encontrar alguém que não tenha vivido sempre na quase eterna juventude do PPD e na sombra do mesmo partido. Os que estão presos ou pronunciados deixe-os estar ou mande-os para o Brasil, mas leve também o Relvas que não pára de dar palpites e dores de cabeça a quem o ouve, deixe-se de andar atrás da Angela, como o Barroso atrás do Bush, que ela foi educada noutro ambiente e vai esquecê-lo muito rapidamente, mais depressa ainda que o francês.
Para Angola e em Força!
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