Teremos eleições europeias dia 25 de maio.
No mesmo dia há uma reunião do BCE em Lisboa. Recordemos que o Banco Central
Europeu, juntamente com a Comissão Europeia e o FMI emprestaram dinheiro a
Portugal com juros muito superiores ao que emprestaram a qualquer banco, que
por sua vez emprestava ao Estado, ganhando uma comissão altíssima. A tal Troika,
de que falamos, exigiu e continua, abaixamento de salários, diminuição e supressão
de direitos que custaram muitos sacrifícios e prisões a conquistar, vendas ao
desbarato de empresas estratégicas… Lembremo-nos que pela lei portuguesa, e
acho bem, a véspera do dia das eleições é para reflexão e no próprio dia não
pode haver qualquer propaganda eleitoral, ideológica que possa influenciar os
cidadãos.
Lembremo-nos também que a crise começou
por ser financeira, bancária, que foi exportada a partir dos EUA, apanhou a
fragilidade dos bancos especuladores europeus, mais a expansão de outros bancos
de mafiosos, como O BPN e os estados foram obrigados pelos que mandam e pelos
seus eunucos a pagar, o que tem significado, e duramente, que são os cidadãos
que têm pago.
Pois o BCE vem fazer uma reunião no dia
25 de maio em Lisboa. O que vem fazer? Por mais que digam outras coisas, vem
simplesmente humilhar, enxovalhar, mostrar a prepotência, mostrar quem manda,
espezinhar os que têm pago para enriquecer os bancos alemães, franceses e
outros, para resolver os seus problemas, à custa dos pagamentos dos povos de
Portugal, da Grécia, da Irlanda, de Itália …
Num dia de eleições, vêm esses
burocratas que escondem os políticos, que não se responsabilizam ou se vendem,
vêm contra a lei de um país independente, mostrar quem manda.
Não venham com essa treta do mercado.
Há mercado, há mercados, há mais que uma economia, há economia política, parece
que esquecida, há quem ganhe sem trabalho, há especulação e é de especulação
que se tem tratado. O dinheiro não desapareceu, mudou de sítio, há quem lucre com os sacrifícios de outros.
Por cá, temos tido um governo de
coligação do PSD e CDS. Antes das eleições queriam que viesse a Troika para
resolver os problemas, queriam mais que a Troika, foram além da Troika,
disseram que era disparate aumentar impostos, não só aumentaram impostos, como
geraram desemprego, levaram empresas viáveis à falência, levaram centenas de
milhares de pessoas à emigração e … não estão satisfeitos.
Nem sequer quiseram aprovar projetos que
punham limites à promiscuidade entre o mundo das empresas e os cargos
políticos, como aqueles que foram apresentados recentemente pelo Bloco de
Esquerda e o Partido Comunista. Votaram contra o PSD, o CDS e o PS. Porquê? Porque tiveram e têm compromissos e clientelas.E se não for isso, demonstrem-no com atitudes diferentes.
Também não me venham com a conversa que
todos são iguais. Há políticos que não ganharam com o BPN, há políticos que não
fizeram o programa económico do PSD e logo ficaram à frente da EDP vendida a um
monopólio chinês, há gente que não pertence a essas sociedades que fazem o
estado pagar (nós) pelos seus serviços, de que têm benefícios vários.
Há quem prefira a abstenção. Por mais desculpas
que se inventem, abstenção é ficar em casa e nada fazer. Admito o voto em
branco, como arma política, não é ficar em casa e depois dizer que os outros
todos é que têm a culpa, quais crianças inocentes ainda a gatinhar.
Também me aborrecem os “enganados” e os
“arrependidos”. Deveriam fazer umas pequenas contas sobre a sua vida e estar um
pouco atentos. Poderiam pensar um pouco mais neles e nos outros. Desculpas há
muitas, e por vezes, cai-se mesmo no ridículo.
Nestas eleições há que pensar no que
tem acontecido em Portugal, um país que ainda tem mais de oito séculos de
existência e que não é menos que os outros, dentro do princípio da
subsidiariedade, que tem dois lados, a União Europeia, fruto de todos os
estados que a integram, e os estados que também exigem.
Queremos ser uma colónia, com um ou
dois estados imperiais? Queremos prescindir dos direitos civis, democráticos, sociais,
culturais? Queremos uma Europa xenófoba, com uns mais importantes que outros, a
mandarem nos que fornecem mão-de-obra barata?
Há que pensar nisto tudo e mais ainda;
há que ver que também que isto tudo pode mudar, mesmo não havendo revoluções,
mas mais um passo.
Eles também tremem. Treme este governo,
tremem outros, treme a Comissão Europeia, treme o mundo financeiro.
Tremem mais se os fizermos tremer.
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