As direitas e as esquerdas continuam a existir. À direita e à esquerda é possível haver gente que pense a longo prazo. Não falo em valores, que estou farto desses discursos sobre valores que são mais que demagogia quotidiana, nem em nacionalismos, palavra tão gasta neste últimos séculos, tão usada e violentada.
Não se trata só de encontrar culpados, porque a culpa não serve para nada. O estado do Estado a que se chegou continua a exigir medidas e estratégias que não são visíveis para quem procure uma solução. O Estado português foi adquirido essencialmente por três partidos, o PS, o PSD e o CDS, com clientelas que o esvaem, tornando-se difícil distinguir os interesses financeiros dos interesses partidários. Mas, ainda por cima, deixaram de ter sentido de estado, preocupando-se sobretudo com os interesses imediatos de conquista das últimas migalhas do poder.
Percebe-se porque o PSD não apoiou um dia as medidas do governo levando-o à queda, para no dia seguinte vir Pedro Coelho propor o mesmo e até mais aumentos do IVA e ir a correr a Bruxelas a dizer que iria fazer mais do mesmo ou pior, depois de dar tantos avales a este governo e às suas medidas? Percebe-se que o PSD tenha agora proposto o fim do modelo de avaliação dos professores quando poderia tê-lo feito há um ano sem este desgaste sem fim de todos? Percebe-se que um presidente da República tenha dividido o país entre os que são a seu favor e os que são contra e venha agora apelar à conciliação, depois de nada ter feito por isso? Para quê convocar eleições se agora andam esses a defender o mesmo?
Há muitos que compreendem as dificuldades do Estado. Mas é preciso mais e de outra maneira. Porquê reduzir os vencimentos apenas aos funcionários do estado e empresas públicas (e aí com diferenças)? Só esses é que usam os serviços, como a Saúde, Educação etc.? Não haveria alternativas mais igualitárias, salvaguardando os que nada mais podem pagar porque quase nada têm para manter a dignidade? Por que não mexer na Justiça, fazer pagar, se possível, e em tempo útil, os que têm roubado, e prevenir que não se repitam situações de extorsão dos bens públicos?
É urgente saber o que se passa neste país. A embrulhada de (falta) de informações de nada serve. Muito menos esta zanga de comadres que dizem que vão fazer o mesmo mas não querem assumir. Mas hão-de querer que sejam os do costume a assumir os custos. Eles já os aumentaram.
2 comentários:
João: o meu anterior comentário a este post, por ti censurado, limitava-se a constatar que, sejam quais forem os políticos que dirijam este país, todos vão à Merkell, porque na verdade é ela que manda na Europa, Portugal incluído.
Ou seja, era uma maneira brincalhona, jogando com o nome da senhora, de dizer que estamos dependentes dos alemães.
O que é que viste de ofensivo no comentário que te levou a censurá-lo?
Que fique claro: não me estou a queixar, o blogue é teu, publicas o que bem entenderes e não tens de dar cavaco a ninguem.
Só estou espantado (ou talvez não) com o facto de que tu, que te dizes defensor das liberdades, afinal tambem tens um lápis azul.
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(Este comentário, obviamente, não é para publicar. É apenas um desabafo, uma constatação. Prometo que não te voltarei a incomodar, os lápis estão caros e não quero ser responsável por gastares o teu.)
um abraço
josé manuel chorão
Não há censura nenhuma, apenas não apareceu nenhum comentário. Quem não sabe fazer as coisas deveria reflectir primeiro, em vez de publicar conversas destas, a presumir coisas que imaginou à custa das pretensas intenções dos outros. A Filosofia ensina isso!
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